Agência France-Presse
postado em 10/07/2013 15:16
HAVANA - A "caderneta" do racionamento, que regula a venda de alimentos a preços subsidiados aos cubanos, completa 50 anos na sexta-feira (12/7), com um número cada vez menor de produtos, dividindo opiniões na ilha.
Implantado por Fidel Castro em 1963 para enfrentar a escassez de alimentos e a especulação de preços, o sistema desperta, desde então, sentimentos diversos - para uns é símbolo de pobreza, enquanto para muitos simboliza segurança.
Cada uma das 3,6 milhões de famílias cubanas tem uma caderneta, que foi introduzida com "uma vocação de igualdade em momentos de escassez, para proteger nosso povo da especulação e da acumulação com fins lucrativos", disse o presidente Raúl Castro em abril de 2011, quando defendeu a necessidade de eliminá-la o mais rápido possível.
Durante meio século, todos os cubanos receberam sua "cota" de alimentos a preços subsidiados através da "Caderneta de abastecimento", seu nome oficial. Antes, até os recém-nascidos tinham uma cota de café e todos os maiores de 17 anos recebiam cigarros, mesmo os que não fumavam.
A caderneta "foi se transformando, com o passar dos anos, em uma carga insuportável para a economia e um desestímulo ao trabalho, além de gerar diversas ilegalidades", disse Raúl Castro. As irregularidades na cadeia de distribuição de alimentos estimulam o mercado negro.
O governo cubano gasta cerca de um bilhão de dólares por ano para subsidiar arroz, café, carnes, grãos, macarrão, ovos, açúcar, sal, pão e outros alimentos que cada cidadão recebe em pequenas quantidades por mês, por um preço total inferior a 50 pesos (cerca de R$ 4,50). As crianças recebem também leite em pó e iogurte de soja, e os doentes ganham os remédios necessários.
Como a cota é insuficiente para suprir as necessidades do mês inteiro, as famílias cubanas precisam comprar mais alimentos em mercados a preços que não são subsidiados, o que representa um alto custo em um país onde o salário é, em média, 19 dólares por mês.
Quando Raúl Castro substituiu seu irmão, Fidel, na Presidência, em 2006, uma das suas primeiras medidas foi a eliminação de "subsídios e gratuidades indevidas". A nova política seria subsidiar pessoas de baixa renda, e não produtos. Por isso, batata, grão-de-bico, cigarros, charutos, sabonete e pasta de dentes, foram saindo da caderneta e começaram a ser vendidos livremente, se tornando mais caros.
A importação de alimentos, que chega a 1,9 bilhão de dólares por ano, é uma carga pesada para as finanças cubanas: a ilha compra do exterior 80% dos alimentos que consome.
Antes do VI Congresso do Partido Comunista - o único -, realizado em abril de 2011, os cubanos foram convocados por Raúl Castro a expor seus problemas em assembleias nos centros de trabalho e bairros, e a possível eliminação da caderneta "foi, sem dúvida, o assunto que provocou mais participação da população", disse o governante.
Por isso, Raúl Castro se viu obrigado a dizer que "ninguém em sã consciência na direção do país poderia decretar, de repente, a eliminação deste sistema, sem primeiro criar as condições para isto".
Implantado por Fidel Castro em 1963 para enfrentar a escassez de alimentos e a especulação de preços, o sistema desperta, desde então, sentimentos diversos - para uns é símbolo de pobreza, enquanto para muitos simboliza segurança.
Cada uma das 3,6 milhões de famílias cubanas tem uma caderneta, que foi introduzida com "uma vocação de igualdade em momentos de escassez, para proteger nosso povo da especulação e da acumulação com fins lucrativos", disse o presidente Raúl Castro em abril de 2011, quando defendeu a necessidade de eliminá-la o mais rápido possível.
Durante meio século, todos os cubanos receberam sua "cota" de alimentos a preços subsidiados através da "Caderneta de abastecimento", seu nome oficial. Antes, até os recém-nascidos tinham uma cota de café e todos os maiores de 17 anos recebiam cigarros, mesmo os que não fumavam.
A caderneta "foi se transformando, com o passar dos anos, em uma carga insuportável para a economia e um desestímulo ao trabalho, além de gerar diversas ilegalidades", disse Raúl Castro. As irregularidades na cadeia de distribuição de alimentos estimulam o mercado negro.
O governo cubano gasta cerca de um bilhão de dólares por ano para subsidiar arroz, café, carnes, grãos, macarrão, ovos, açúcar, sal, pão e outros alimentos que cada cidadão recebe em pequenas quantidades por mês, por um preço total inferior a 50 pesos (cerca de R$ 4,50). As crianças recebem também leite em pó e iogurte de soja, e os doentes ganham os remédios necessários.
Como a cota é insuficiente para suprir as necessidades do mês inteiro, as famílias cubanas precisam comprar mais alimentos em mercados a preços que não são subsidiados, o que representa um alto custo em um país onde o salário é, em média, 19 dólares por mês.
Quando Raúl Castro substituiu seu irmão, Fidel, na Presidência, em 2006, uma das suas primeiras medidas foi a eliminação de "subsídios e gratuidades indevidas". A nova política seria subsidiar pessoas de baixa renda, e não produtos. Por isso, batata, grão-de-bico, cigarros, charutos, sabonete e pasta de dentes, foram saindo da caderneta e começaram a ser vendidos livremente, se tornando mais caros.
A importação de alimentos, que chega a 1,9 bilhão de dólares por ano, é uma carga pesada para as finanças cubanas: a ilha compra do exterior 80% dos alimentos que consome.
Antes do VI Congresso do Partido Comunista - o único -, realizado em abril de 2011, os cubanos foram convocados por Raúl Castro a expor seus problemas em assembleias nos centros de trabalho e bairros, e a possível eliminação da caderneta "foi, sem dúvida, o assunto que provocou mais participação da população", disse o governante.
Por isso, Raúl Castro se viu obrigado a dizer que "ninguém em sã consciência na direção do país poderia decretar, de repente, a eliminação deste sistema, sem primeiro criar as condições para isto".