Economia

Renegociação da dívida dos estados fica para agosto, diz Eduardo Cunha

Líder do PMDB diz que Mantega quer ver se proposta de unificação do ICMS avança no Senado

postado em 11/07/2013 20:01
Brasília ; A renegociação sobre a mudança do indexador da dívida dos estados e dos municípios com a União ficou para agosto, disse hoje (11/7) o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ). Segundo ele, as discussões só poderão ser retomadas quando o governo souber o destino da resolução que unifica as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual, prevista para ser votada até o início do próximo mês pelo Senado.

De acordo com Cunha, que também é relator do projeto de lei complementar que trata sobre a dívida das prefeituras e dos governos estaduais, o Ministério da Fazenda precisa ter noção se vai ter espaço fiscal para acatar as reivindicações dos parlamentares. Isso, no entanto, só será possível depois de a unificação do ICMS ser votada.

;O ministro [Guido Mantega] pediu que a gente aguarde para ver se a proposta do ICMS vai evoluir, até porque o governo tem recursos públicos comprometidos para essa finalidade [a unificação das alíquotas];, disse o líder do PMDB, que se reuniu com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por cerca de 40 minutos.



Tanto a unificação do ICMS interestadual, cobrado quando uma mercadoria é transportada de um estado para outro, como a mudança no indexador da dívida dos estados e dos municípios constam do pacote de reforma tributária em tramitação no Congresso desde o fim do ano passado.

Para encerrar a guerra fiscal entre os estados, a União quer unificar o ICMS. Em troca, o governo aceitou rever os índices de correção da dívida dos estados e criar dois fundos de compensação para ajudar os governadores que perderem receitas com a alíquota única de 4% para o ICMS.

A resolução que unifica gradualmente o ICMS foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado em maio e aguarda negociações para ser votada pelo plenário da Casa. A medida provisória (MP) que criou os dois fundos perdeu a validade e esses dispositivos foram inseridos em outra MP. O projeto que reduz a correção das dívidas dos estados teve a tramitação interrompida em maio, depois que Cunha inseriu uma emenda que permite o desconto de até 45% da dívida acumulada.

Segundo Cunha, o redutor de 45%, na verdade, foi uma estimativa de quanto os estados e os municípios seriam beneficiados se os novos indexadores da dívida fossem retroativos à data de celebração dos contratos de renegociação, assinados no fim da década de 1990. Ele, no entanto, disse que levará em conta a manutenção do equilíbrio fiscal no novo relatório.

;Vou apresentar um relatório que seja de acordo com aquilo que o Ministério da Fazenda aceite. A gente não quer a irresponsabilidade fiscal de fazer algo que não seja suportável nas contas públicas;, disse o relator. Cunha e o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RJ), reuniram-se com Mantega nesta tarde para discutir o andamento das propostas de reforma tributária. No encontro de hoje, apenas o líder do PMDB falou com os jornalistas.

Na terça-feira (9/7), o presidente da Câmara tinha se encontrado com o ministro da Fazenda para discutir a proposta de emenda à Constituição que torna parte do orçamento federal impositivo ; não sujeito a cortes nem a bloqueios de verbas. Na ocasião, Mantega fez um apelo para que o Congresso não aprove propostas que aumentem os gastos públicos.

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