postado em 14/07/2013 08:05
A nítida desaceleração do consumo em todas as classes sociais marcou o primeiro semestre de 2013. E como parte do esforço para darem conta de arcar com as despesas, os brasileiros passaram a comparar mais os preços antes de se decidirem pela compra. Segundo um estudo do Data Popular antecipado ao Correio, a pesquisa prévia por parte dos consumidores cresceu, no último ano, 44%. ;As pessoas não estão querendo abrir mão de conquistas, mas não há muita escolha;, analisa o presidente do instituto, Renato Meirelles.
[SAIBAMAIS]Como sempre, as classes de menor renda são as que mais sofrem com a retração da economia. Estimulados a comprar e a realizar sonhos antes inalcançáveis, os mais pobres estão tendo de se adaptar à nova realidade. O otimismo que impulsionava as compras e garantia bem-estar deu lugar à indignação com os preços altos, principalmente no supermercado, e ao medo de perder o emprego. A inflação ; que estourou o teto da meta do governo em junho, chegando a 6,7% no acumulado de 12 meses ; concretizou-se e ninguém sabe dizer até quando os brasileiros terão de aturá-la.
Uma outra pesquisa, do instituto Kantar Worldpanel, revela que, no primeiro trimestre deste ano, as classes D e E, mais do que as outras, reduziram as idas às compras e passaram a adquirir menos pagando mais. As medidas do governo para conter a escalada dos preços, conclui a consultoria, não deram resultado, e a carestia teve forte reflexo no bolso dos mais pobres. O levantamento, contudo, não levou em conta a desoneração de produtos da cesta básica e o aumento da taxa Selic, que podem refletir positivamente neste segundo semestre.