Agência France-Presse
postado em 18/07/2013 09:43
ATENAS - O parlamento da Grécia aprovou na madrugada de quinta-feira, por estreita maioria, uma polêmica reforma fiscal e da administração pública, um projeto crucial para desbloquear a próxima parcela do socorro internacional ao país mas que gera fortes tensões sociais. Depois de uma semana de manifestações, a lei foi adotada por 153 votos a favor e 140 contra, informou o porta-voz do Parlamento.O pacote de reformas aprovado inclui que milhares de funcionários públicos, como professores e guardas municipais, aceitem mudar de função a partir deste verão (no hemisfério norte), ou fiquem expostos a perder seus empregos.
Inicialmente, professores, zeladores de escolas e guardas municipais deverão trabalhar oito meses com salários reduzidos, antes de passar a uma nova função ou abandonar o serviço público.
Alexis Tsipras, líder da oposição de esquerda, qualificou o plano como um "sacrifício humano" e "um desastre", mas o primeiro-ministro conservador, Antonis Samaras, afirmou que a decisão permite prever "dias melhores" para os gregos.
O pacote também prevê um novo código tributário que simplifica o "mosaico de ajustes" de um código fiscal que tem 60 anos, informou o secretário do Estado para as Finanças, Giorgos Mavraganis.
Neste contexto, Antonis Samaras anunciou nesta quarta uma redução imediata (1; de agosto) do IVA, de 23% para 13%, visando reativar a economia do país, onde o turismo tem papel fundamental.
A medida, negociada com os credores internacionais, é provisória e se "a sonegação continuar o IVA voltará a 23%", advertiu Samaras.
Esta reforma é crucial para o futuro da ajuda financeira à Grécia, já que é uma exigência dos credores internacionais do país para desbloquear a próxima parcela de 6,8 bilhões de euros.
Segundo a polícia, cerca de 4 mil pessoas protestaram nesta quarta-feira diante do Parlamento contra o pacote de rigor fiscal, um dia após a manifestação de 15 mil em Atenas.