Paulo Silva Pinto
postado em 05/08/2013 08:47
A expectativa de um Brasil em que o número de idosos se aproxime da quantidade de jovens nos próximos 20 anos é motivo de preocupação para o setor de convênios médicos. O diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), André Longo, coloca o tema como prioridade da reguladora. Isso porque, nos próximos 15 anos, a estimativa é de que os gastos dos planos com serviços relativos a idosos passem de 27% do total, em 2010, para 42%, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
[SAIBAMAIS];O envelhecimento rápido da população é um desafio para o setor porque aumenta os custos, em razão da maior tendência de utilização dos serviços;, explica Longo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta semana, a Tábua de Mortalidade da população brasileira, que fixa em 81 anos a esperança de vida de quem já chegou aos 60.
Sacrifício
Com uma aposentadoria de apenas um salário mínimo, Florentino Vieira Barreto, 76 anos, desistiu do plano de saúde há dois anos. ;Minha filha arcava com a mensalidade, mas começou a ficar muito caro e pedi que ela deixasse de pagar;, diz o ex-cliente da Amil. ;Além do meu, ela bancava o dela, do meu neto e da minha esposa;, acrescenta. Ele optou por cancelar o contrato porque, na época, não tinha problemas de saúde. Hoje, a ausência de cobertura faz falta. Há um ano, descobriu um câncer na próstata. Sem o convênio médico, Florentino utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento com radioterapia. ;Não quero sacrificar o orçamento da minha família para voltar a ter o benefício, mas se a doença evoluir não vejo outra solução, porque as internações particulares são muito caras;, avalia.