Agência France-Presse
postado em 07/08/2013 15:27
NOVA YORK - As acusações de manipulação dos preços das matérias primas, como alumínio, gás ou eletricidade, se multiplicam nos Estados Unidos, em particular contra os bancos, e são objeto de atenção das autoridades.
A FERC, o organismo regulador da energia nos Estados Unidos, anunciou recentemente três processos contra grandes empresas por este motivo: a petroleira BP, acusada de manipulação dos preços do gás e ameaçada de receber multa de 28,8 milhões de dólares e os bancos JPMorgan e Barclays, acusados de manipular os preços da eletricidade, aos quais são pedidos 410 e 488 milhões de dólares respectivamente.
As manipulações dos preços da eletricidade nos Estados Unidos não tinham sido objeto dessas ações desde o caso Enron há dez anos. Quanto aos metais, uma ação coletiva foi interposta na quinta-feira contra o Goldman Sachs e a bolsa londrina LME, acusados de entrar em acordo sobre o armazenamento de alumínio para aumentar artificialmente os preços desse material na região industrial de Detroit (norte dos Estados Unidos).
O banco de investimentos, por meio dos armazéns de sua filial Metro, que fazem parte da rede aceita pela LME, controlam grandes reservas de alumínio. A ação acusa as empresas de ter orquestrado problemas e atrasos na entrega de alumínio durante 18 meses. Isso se traduziu em enormes custos de armazenamento que dificultam a disponibilidade do alumínio na região de Detroit e aumentam os preços reais para os industriais, apesar de os preços estarem menores nos mercados financeiros.
A Coca-Cola, a empresa de alumínio Novelis, os fabricantes de automóveis GM e Ford e a cervejaria MillerCoors denunciaram as práticas do Goldman e da LME, acusando-os de ter provocado um aumento em seus custos e perturbado seu fornecimento.
Diante da intensificação do mal funcionamento e as acusações de fraude, o Fed (Federal Reserve) se concentra nos ativos físicos de matérias-primas nas mãos de muitos bancos e pode se voltar sobre a autorização que lhes deu em 2003 para realizar este tipo de atividades além de seus negócios de derivativos e corretagens de matérias-primas.
-- Congresso estuda o problema --
O Congresso norte-americano também estuda o tema. No final de julho, uma comissão teve uma audiência intitulada "Os bancos deveriam ter centrais elétricas, lojas, refinarias" e outros oleodutos?
Três bancos ocuparam lugares particularmente importantes nesses mercados, se aproveitando do auge das matérias-primas há 10 anos, da desregulação bancária e a crise financeira que lhes permitiu recuperar seus ativos a preços baixos: Goldman Sachs, Morgan Stanley e JPMorgan Chase geram a cada ano milhões de dólares de receitas pelos hidrocarbonetos, o carvão, a eletricidade e os metais.
Enquanto o mercado de petróleo é "muito transparente", já que o petróleo é armazenável e transportável em todo o mundo, outras matérias-primas costumam ser objeto de mercados mais regionalizados, com atores limitados.
"Não há dúvida de que esses mercados são mais abertos que a bolsa às manipulações de preços já que são relativamente líquidos" com menos atores presenciais e menos transparentes, disse Michael Peterson, analista energético do banco MLV and Co.
"O fato de que grandes armazéns aprovados pelo LME estejam nas mãos de corretores de matérias-primas (...) lhes permite controlar o fornecimento de alumínio para os usuários e, em consequência, os preços", julgou Saule Omarova, professora da Universidade da Carolina do Norte, durante uma audiência parlamentar.
Para ela, a conjugação de atividades de corretagem, financiamento e negociação de matérias-primas físicas cria sérios riscos de conflitos de interesses. Diante dos atuais protestos, LME anunciou no mês passado que mudaria seus regulamentos de entrega, acusados de ter contribuído com os problemas de fornecimento de alumínio.
JPMorgan Chase e outros já anunciaram sua intenção de abandonar parte de suas atividades ligadas às matérias-primas. Morgan Stanley não respondeu aos pedidos de comentários da AFP.
A FERC, o organismo regulador da energia nos Estados Unidos, anunciou recentemente três processos contra grandes empresas por este motivo: a petroleira BP, acusada de manipulação dos preços do gás e ameaçada de receber multa de 28,8 milhões de dólares e os bancos JPMorgan e Barclays, acusados de manipular os preços da eletricidade, aos quais são pedidos 410 e 488 milhões de dólares respectivamente.
As manipulações dos preços da eletricidade nos Estados Unidos não tinham sido objeto dessas ações desde o caso Enron há dez anos. Quanto aos metais, uma ação coletiva foi interposta na quinta-feira contra o Goldman Sachs e a bolsa londrina LME, acusados de entrar em acordo sobre o armazenamento de alumínio para aumentar artificialmente os preços desse material na região industrial de Detroit (norte dos Estados Unidos).
O banco de investimentos, por meio dos armazéns de sua filial Metro, que fazem parte da rede aceita pela LME, controlam grandes reservas de alumínio. A ação acusa as empresas de ter orquestrado problemas e atrasos na entrega de alumínio durante 18 meses. Isso se traduziu em enormes custos de armazenamento que dificultam a disponibilidade do alumínio na região de Detroit e aumentam os preços reais para os industriais, apesar de os preços estarem menores nos mercados financeiros.
A Coca-Cola, a empresa de alumínio Novelis, os fabricantes de automóveis GM e Ford e a cervejaria MillerCoors denunciaram as práticas do Goldman e da LME, acusando-os de ter provocado um aumento em seus custos e perturbado seu fornecimento.
Diante da intensificação do mal funcionamento e as acusações de fraude, o Fed (Federal Reserve) se concentra nos ativos físicos de matérias-primas nas mãos de muitos bancos e pode se voltar sobre a autorização que lhes deu em 2003 para realizar este tipo de atividades além de seus negócios de derivativos e corretagens de matérias-primas.
-- Congresso estuda o problema --
O Congresso norte-americano também estuda o tema. No final de julho, uma comissão teve uma audiência intitulada "Os bancos deveriam ter centrais elétricas, lojas, refinarias" e outros oleodutos?
Três bancos ocuparam lugares particularmente importantes nesses mercados, se aproveitando do auge das matérias-primas há 10 anos, da desregulação bancária e a crise financeira que lhes permitiu recuperar seus ativos a preços baixos: Goldman Sachs, Morgan Stanley e JPMorgan Chase geram a cada ano milhões de dólares de receitas pelos hidrocarbonetos, o carvão, a eletricidade e os metais.
Enquanto o mercado de petróleo é "muito transparente", já que o petróleo é armazenável e transportável em todo o mundo, outras matérias-primas costumam ser objeto de mercados mais regionalizados, com atores limitados.
"Não há dúvida de que esses mercados são mais abertos que a bolsa às manipulações de preços já que são relativamente líquidos" com menos atores presenciais e menos transparentes, disse Michael Peterson, analista energético do banco MLV and Co.
"O fato de que grandes armazéns aprovados pelo LME estejam nas mãos de corretores de matérias-primas (...) lhes permite controlar o fornecimento de alumínio para os usuários e, em consequência, os preços", julgou Saule Omarova, professora da Universidade da Carolina do Norte, durante uma audiência parlamentar.
Para ela, a conjugação de atividades de corretagem, financiamento e negociação de matérias-primas físicas cria sérios riscos de conflitos de interesses. Diante dos atuais protestos, LME anunciou no mês passado que mudaria seus regulamentos de entrega, acusados de ter contribuído com os problemas de fornecimento de alumínio.
JPMorgan Chase e outros já anunciaram sua intenção de abandonar parte de suas atividades ligadas às matérias-primas. Morgan Stanley não respondeu aos pedidos de comentários da AFP.