postado em 21/08/2013 08:26
O Banco Central mandou, ontem, um recado direto para o mercado: não vai sancionar a escalada do dólar frente o real. Com uma megaintervenção de US$ 6 bilhões, por meio de três leilões, fez a divisa ceder 0,9%, para R$ 2,394 na venda, e interrompeu a sequência de seis altas seguidas. A despeito desse resultado, a moeda brasileira acumula, em agosto, a maior desvalorização do mundo, segundo a Consultoria CMA: 4,7%, contra 4,5% da rúpia indiana, 2,8% do rand sul-africano e 1,9% do peso mexicano. Esse péssimo resultado, segundo analistas, ressuscita o Brasil de 2002, quando o mercado temia a eleição do PT. O risco político, conforme 2014 se aproxima, tem crescido, e o receio é de que, reeleito, o governo de Dilma Rousseff mantenha a postura intervencionista e de pouca transparência nas contas públicas.
A ação do BC, que foi ajudado pelo quadro externo mais favorável, ocorreu de forma coordenada com o Tesouro Nacional, como na véspera. Diante da disparada dos juros, o órgão foi obrigado a fazer mais um leilão extraordinário de recompra de títulos públicos. Há um desconforto generalizado dos investidores com a combinação, no Brasil, de inflação alta, crescimento baixo e ajuste fiscal frágil. A desconfiança geral levou o custo de se proteger contra um eventual calote nos papéis do governo brasileiro, o Credit Default Swaps (CDS), para 211 pontos, nível impensável há um ano.
A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .