Economia

Moeda norte-americana atinge R$ 2,45 e gasolina sobe até 10%

Divisa norte-americana sobe 2,39% e atinge o maior nível desde dezembro de 2008, quando o mundo ruiu, devido ao estouro da bolha imobiliária dos EUA

postado em 22/08/2013 06:01
Para decepção do governo e desespero dos consumidores, o dólar voltou a disparar na quarta-feira (21/8), atingindo R$ 2,451, a maior cotação desde 9 de dezembro de 2008, quando encerrou o pregão a R$ 2,473 para venda, no auge da crise detonada pelo estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos. A alta no dia chegou a 2,39%. Diante dessa escalada e da perspectiva de aumento ainda maior nos próximos meses, o orçamento das famílias não terá sossego. Não sem motivo.

Da hora em que o dia amanhece até o momento em que vai para a cama dormir, o consumidor sente o peso da moeda norte-americana no bolso. Da pasta de dente, ao pãozinho do café da manhã. Da gasolina do carro ao computador do trabalho. Do suco de laranja no lanche da tarde à ligação pelo celular para saber da família. Tudo está, de alguma forma, dolarizado. Nem mesmo o tradicional feijão preto escapa, já que parte do produto que chega à mesa dos brasileiros está vindo da China.



[SAIBAMAIS]É essa a razão de os analistas estarem tão pessimistas quanto à capacidade do Banco Central de entregar uma inflação menor neste ano que os 5,84% de 2012. Dependendo do patamar a que chegar, R$ 2,50 ou R$ 2,70, a divisa dos Estados Unidos poderá impactar o custo de vida em até 1,5 ponto percentual. ;O dólar afeta tudo;, observou Fábio Gallo Garcia, professor de finanças da Universidade de São Paulo (USP). ;Pega qualquer produto que tenha componentes produzidos fora do país ou que tenha cotação internacional, como o café e o trigo;, emendou.

Segundo Garcia, mesmo produtos exclusivamente nacionais são influenciados pelo dólar, sobretudo se forem exportados. Se custam mais caro lá fora, os empresários rapidamente os remarcam aqui. A estudante de medicina veterinária Ana Luísa Oliveira,19 anos, não tem a menor ideia do quanto a sua vida está atrelada à moeda. Ao acordar, os lençóis que cobrem a jovem, mesmo sem que ela saiba, foram impactados pela divisa dos EUA. No país, 33% dos têxteis são importados. No banho, novamente o dólar afeta a vida da estudante: parte dos compostos químicos do sabonete vem de fora.

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