Rosana Hessel
postado em 23/08/2013 08:58
Diante dos riscos cada vez maiores de a inflação sair do controle, por causa da disparada do dólar, e para que não seja obrigado a aumentar, além do desejado, a taxa básica de juros (Selic), o Banco Central anunciou ontem a maior intervenção da história do país no mercado de câmbio. A autoridade monetária venderá mais US$ 60 bilhões, de hoje até 31 de dezembro próximo, para corrigir o que considera excessos nas cotações da moeda norte-americana, que já bateram em R$ 2,45, o maior nível desde 2008. Levando-se em conta que, desde o início de 2013, já foram despejados no sistema US$ 45 bilhões, a megaoperação poderá alcançar US$ 105 bilhões, o correspondente a 28% das reservas internacionais brasileiras, de US$ 373,5 bilhões.
[SAIBAMAIS]Segundo o BC, de segunda a quinta-feira, serão feitos leilões diários no valor de US$ 500 milhões cada de swap cambial, uma espécie de venda futura de dólares. Às sextas-feiras, a intervenção se dará por meio de leilões de linhas em dólar, com compromisso de recompra, de US$ 1 bilhão. Ao anunciar a intervenção, a autoridade monetária ressaltou que o objetivo é ;prover hedge (proteção) cambial aos agentes econômicos e dar liquidez ao mercado;. A última vez que o BC havia jogado tão pesado com o mercado foi em 2008, logo depois do estouro da bolha imobiliária norte-americana. À época, as intervenções somaram US$ 50 bilhões. Antes disso, somente em 2002, quando os investidores empurraram o dólar a R$ 4, temendo a vitória do então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele período, as intervenções, de US$ 50 milhões, foram chamadas de ;rações diárias;.
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