Economia

Falta de segurança no setor elétrico é a principal causa de acidente fatais

Do total de acidentes e mortes, 80% envolvem mão de obra terceirizada, sem o treinamento adequado para exercer funções com elevado risco

postado em 26/08/2013 06:03
Acidente do Ministério dos Esportes: bombeiros resgatam Wilson Pires
Determinado a tirar um dinheiro extra para ajudar nas despesas diárias, Wilson de Pádua Pires, 54 anos, deixou em casa, no Gama, a família e a primeira neta, Isabella, de apenas dois meses, para trabalhar no feriado de 15 de novembro de 2012. Ele não estava escalado para o plantão, mas, apesar de preocupado com as contas, prometeu voltar a tempo de fazer a pequena dormir. Um telefonema, no entanto, mudou para sempre a rotina da família Pádua. A mulher, Antônia Sousa Pires, 50, revive a todo instante o momento em que soube da explosão de dois transformadores no subsolo do Ministério do Esporte, que tirou a vida do marido. ;Às três horas da tarde daquele 15 de novembro, nossa vida parou;.



Não era o primeiro acidente sofrido pelo eletricitário: Antônia relembra de pelo menos duas quedas de poste. Em uma delas, o choque foi tão forte que deixou um buraco no braço dele. ;Wilson sabia do risco, já tinha chegado em casa chorando muitas vezes por ter perdido algum amigo;, conta. De fato, o sofrimento da família de Wilson pode ser estendido a outros milhares de lares no país. A triste sina do eletricitário reflete uma realidade com que convivem, diariamente, os mais de 150 mil funcionários que trabalham no setor. Apenas em 2012, foram registrados 1.941 acidentes de trabalho e 67 casos fatais, conforme dados fornecidos ao Correio pela Fundação Coge.

Entre os afetados, a maior parte, cerca de 80%, não tem vínculo empregatício direto com as distribuidoras de energia. São terceirizados. No ano passado, 1.245 dos acidentes e 58 mortes dizem respeito a esses trabalhadores. Apesar de representar uma diminuição em relação a 2011, quando foram contabilizados 2,2 mil acidentes e 79 mortes, o número ainda é considerado alto, o que tem feito com que o Ministério Público do Trabalho (MPT) acompanhe de perto o setor.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação