postado em 26/08/2013 09:02
O Brasil esbanja recursos naturais. De tudo se perde. A cada ano, 26,3 milhões de toneladas de comida são jogadas fora: volume suficiente para distribuir 131,5 kg para cada brasileiro ou 3,76 kg para cada habitante do planeta. Toda essa comida alimentaria facilmente os 13 milhões de brasileiros que ainda passam fome, nas contas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Poderia ainda facilitar o trabalho do Banco Central no combate à inflação. Com uma oferta maior de produtos, os preços não subiriam tanto e o país poderia até mesmo diminuir a importação de feijão preto da China.O desperdício de comida provoca mais do que prejuízos financeiros, gera revolta e inconformismo. Ainda assim, o Brasil pouco se mobiliza no sentido de mudar esse quadro aterrador. Desde 1998, a chamada Lei do Bom Samaritano, em alusão a uma passagem bíblica, tramita no Congresso Nacional, e não há previsão alguma para que seja votada. A intenção da proposta é isentar doadores de alimentos de responsabilidade civil e penal, se agirem de boa-fé, na distribuição de comida ; semelhante ao que ocorre em países da Europa e nos Estados Unidos.
Enquanto essa lei não é aprovada, o Estado brasileiro pune severamente os doadores. A legislação atual prevê até cinco anos de prisão caso quem receba os alimentos sofra algum tipo de dano em decorrência da comida. Com isso, donos de restaurantes, por exemplo, se sentem obrigados a despejar no lixo as sobras diárias da produção. ;É um crime;, define o diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Gustavo Timo.
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