Economia

Erradicação do trabalho infantil deve trazer benefícios de US$ 77,1 bi

De acordo com estudo, crime comum no Brasil prejudica o desenvolvimento físico e mental de crianças e adolescentes: 20% dos que trabalham não frequentam a escola

Vera Batista
postado em 26/08/2013 10:56
Para cada R$ 1 investido no combate ao trabalho infantil e adolescente, há o dobro de retorno, segundo estudo da Fundação Telefônica Vivo, em conjunto com a Consultoria Tendências, como parte da contribuição dO Grupo Telefônica ao IV Encontro Internacional sobre Trabalho Infantil, que ocorreu no domingo (25/8), em São Paulo. A pesquisa estima que as políticas de erradicação do trabalho de crianças abaixo de 12 anos e de jovens com menos de 18 anos, no Cone Sul, de 2006 a 2026, deverão trazer benefícios totais de US$ 77,1 bilhões.

Segundo a pesquisa, 20% dos que trabalham não frequentam a escola
De acordo com o estudo, o trabalho infantil prejudica o desenvolvimento físico e mental de crianças e adolescentes: 20% dos que trabalham não frequentam a escola. No curto prazo, qualquer atividade econômica desse público prejudica o desempenho , reduz em 17,2% a aprovação escolar, afeta o progresso educacional em 24,2% dos casos e ainda aumenta em 22,6% a evasão escolar. No longo prazo, também interfere no desenvolvimento da região.



No Brasil, a maior parte das crianças e adolescentes ocupados está nas regiões Nordeste e Sudeste. Geralmente são meninos primogênitos e afrodescendentes. Eles, mesmo quando têm semelhante nível educacional dos adultos e desempenham a mesma atividade econômica, ganham muito menos e não recebem benefícios trabalhistas, pois a pesquisa constatou que 68,8% dos adolescentes entre 16 e 17 anos não tem carteira assinada.

Ainda segundo o estudo, no Brasil e no Paraguai, as principais atividades infantis estão relacionadas à agricultura. No Chile, Argentina e Uruguai, está ligado ao comércio. A boa notícia é que, do início dos anos 1990 para cá, uma série de medidas de enfrentamento ao traalho infantil no Brasil, contribuiu para a redução das estatísticas. De 1990 a 2011, o número de crianças e adolescentes ocupados caiu 44,6%. Ainda assim, ainda existem 3,67 milhões de crianças nessa situação, muitas em condições degradantes.

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