Agência France-Presse
postado em 27/08/2013 15:55
MADRI - A economia espanhola, em recessão há quase dois anos, sofreu uma contração de 1,6% do PIB em 2012, dois décimos superior ao anunciado em fevereiro, uma revisão que poderia repercutir na tímida melhora esperada para este ano.
Incorporando "fontes estatísticas de caráter estrutural para anos em que tais informações não estavam disponíveis" e dados definitivos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou nesta terça-feira (27/8) cifras anuais revisadas para o período 2009-2012.
"A taxa de crescimento real do PIB espanhol no ano 2012 foi revisada dois décimos para baixo, de -1,4% a -1,6%, como consequência da menor contribuição da demanda nacional", explicou, informando que "a contribuição ao crescimento agregado da demanda externa se manteve".
Os novos dados reduzem também o último crescimento anual positivo registrado na Espanha, em 2011, ano em que o Produto Interno Bruto do país cresceu 0,1% ao invés de 0,4% contabilizado até agora. Mergulhada em recessão desde o final de 2011, pela segunda vez em cinco anos, a Espanha, quarta economia da zona do euro, realiza uma política de austeridade destinada a reduzir seu déficit público a 6,5% do PIB este ano.
Esses cortes orçamento e um desemprego muito alto reduziram o consumo interno. Contudo, alguns indicadores começaram a apontar recentemente o caminho de uma tímida melhora. Assim, no segundo trimestre deste ano o desemprego caiu pela primeira vez em dois anos, a 26,26%, de 27,16%.
Após se contrair 0,5% no primeiro trimestre de 2013, o PIB caiu 0,1% no segundo, segundo cifras provisórias que o INE deve confirmar na quinta-feira.
Apoiando-se nesses dados e, apesar de a perspectiva econômica continuar sendo complicada, o governo conservador de Mariano Rajoy prevê um tímido retorno ao crescimento no final de 2013, uma perspectiva que, na opinião de Soledad Pellón, analista da empresa IG Markets, não deve ser ameaçada por esta revisão. "As cifras às quais tivemos conhecimento ultimamente de dados macroeconômicos não foram negativas e o crescimento que o governo prevê para o último trimestre do ano ainda continua de pé", afirmou, pevendo o pequeno impacto nos mercados.
Segundo Pellón, a revisão do PIB de 2012 poderia até estimular os dados de 2013: "se mudamos o dado do ano passado, começamos a cifra de mais baixo, o efeito nesse caso seria positivo porque a alta seria maior".
O INE também destacou que "a mudança na composição do PIB de cada ano tem efeito sobre a estimativa do crescimento dos anos anteriores". Assim, segundo sua revisão, a economia espanhola caiu mais que o anunciado em 2009 (3,8% frente a 3,7%), mas em 2010 a recessão foi menos forte, de -0,2% ao invés de -0,3%.
Os países do sul da Europa, principalmente Espanha, Itália e Grécia, estão realizando "progressos para enfrentar seus desequilíbrios internos e externos", reconheceu nesta segunda-feira um relatório da agência de classificação de risco de crédito Moody;s, considerando, contudo, que eles são insuficientes para um retorno a um crescimento duradouro antes de 2016-2017.
Para a oposição socialista espanhola, a revisão do PIB de 2012 mostra "como está sendo daninha a política do governo para o crescimento", afirmou sua secretária de Economia, Inmaculada Rodríguez-Piñero.
O ano de 2012 "foi pior do que o governo anunciou e tememos que, se não houver uma mudança de 180 graus na política econômica, acontecerá o mesmo em 2013 e 2014", acrescentou.
Incorporando "fontes estatísticas de caráter estrutural para anos em que tais informações não estavam disponíveis" e dados definitivos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou nesta terça-feira (27/8) cifras anuais revisadas para o período 2009-2012.
"A taxa de crescimento real do PIB espanhol no ano 2012 foi revisada dois décimos para baixo, de -1,4% a -1,6%, como consequência da menor contribuição da demanda nacional", explicou, informando que "a contribuição ao crescimento agregado da demanda externa se manteve".
Os novos dados reduzem também o último crescimento anual positivo registrado na Espanha, em 2011, ano em que o Produto Interno Bruto do país cresceu 0,1% ao invés de 0,4% contabilizado até agora. Mergulhada em recessão desde o final de 2011, pela segunda vez em cinco anos, a Espanha, quarta economia da zona do euro, realiza uma política de austeridade destinada a reduzir seu déficit público a 6,5% do PIB este ano.
Esses cortes orçamento e um desemprego muito alto reduziram o consumo interno. Contudo, alguns indicadores começaram a apontar recentemente o caminho de uma tímida melhora. Assim, no segundo trimestre deste ano o desemprego caiu pela primeira vez em dois anos, a 26,26%, de 27,16%.
Após se contrair 0,5% no primeiro trimestre de 2013, o PIB caiu 0,1% no segundo, segundo cifras provisórias que o INE deve confirmar na quinta-feira.
Apoiando-se nesses dados e, apesar de a perspectiva econômica continuar sendo complicada, o governo conservador de Mariano Rajoy prevê um tímido retorno ao crescimento no final de 2013, uma perspectiva que, na opinião de Soledad Pellón, analista da empresa IG Markets, não deve ser ameaçada por esta revisão. "As cifras às quais tivemos conhecimento ultimamente de dados macroeconômicos não foram negativas e o crescimento que o governo prevê para o último trimestre do ano ainda continua de pé", afirmou, pevendo o pequeno impacto nos mercados.
Segundo Pellón, a revisão do PIB de 2012 poderia até estimular os dados de 2013: "se mudamos o dado do ano passado, começamos a cifra de mais baixo, o efeito nesse caso seria positivo porque a alta seria maior".
O INE também destacou que "a mudança na composição do PIB de cada ano tem efeito sobre a estimativa do crescimento dos anos anteriores". Assim, segundo sua revisão, a economia espanhola caiu mais que o anunciado em 2009 (3,8% frente a 3,7%), mas em 2010 a recessão foi menos forte, de -0,2% ao invés de -0,3%.
Os países do sul da Europa, principalmente Espanha, Itália e Grécia, estão realizando "progressos para enfrentar seus desequilíbrios internos e externos", reconheceu nesta segunda-feira um relatório da agência de classificação de risco de crédito Moody;s, considerando, contudo, que eles são insuficientes para um retorno a um crescimento duradouro antes de 2016-2017.
Para a oposição socialista espanhola, a revisão do PIB de 2012 mostra "como está sendo daninha a política do governo para o crescimento", afirmou sua secretária de Economia, Inmaculada Rodríguez-Piñero.
O ano de 2012 "foi pior do que o governo anunciou e tememos que, se não houver uma mudança de 180 graus na política econômica, acontecerá o mesmo em 2013 e 2014", acrescentou.