Economia

Leilão de energia gera economia de R$ 2,4 bilhões para consumidores

A energia elétrica contratada no leilão será proveniente de novos empreendimentos de geração de fontes hidrelétrica e termelétrica, com início de suprimento em 1º de janeiro de 2018

postado em 29/08/2013 18:49
Em cerca de quatro horas foi finalizado o Leilão de Energia A-5, feito pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), nesta quinta-feira (29/8), na capital paulista. O resultado final teve um deságio médio de 10,74%, o que gerou uma economia de R$ 2,4 bilhões para os consumidores. A energia elétrica contratada no leilão será proveniente de novos empreendimentos de geração de fontes hidrelétrica e termelétrica, com início de suprimento em 1; de janeiro de 2018.

Foram contratadas usinas que somam 1.265,4 MW (megawatt) em potência instalada. Dos 36 projetos habilitados, 19 usinas venceram o leilão. O preço inicial do leilão foi R$ 140/MWh (megawatt-hora) e o preço médio de venda R$ 124,97/MWh. Ao todo, os contratos fechados movimentarão R$ 20,6 bilhões e 165.2 terawatt-hora (TWh) em eletricidade.

O leilão foi feito em duas fases, sendo que na primeira foi disputada a concessão da Usina Hidrelétrica Sinop por um prazo de 30 anos. A usina representa 400 MW de potência a ser agregada ao sistema e vendeu energia a R$ 109,40 por MWh. O valor significa um deságio de 7,28% em relação ao preço-teto de R$ 118,00 MWh estabelecido para o empreendimento. A concessão foi arrematada pelo consórcio formado pelas empresas Alupar, Chesf e Eletronorte, responsável pela construção e operação de Sinop (MT).



Na segunda fase, as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), termelétricas a biomassa e termelétricas a carvão aptas a participar do certame, concorreram simultaneamente com produtos por quantidade (PCHs) e disponibilidade (térmicas), para selar contratos de comercialização de energia com duração de 30 e 25 anos, respectivamente.

Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a primeira etapa do leilão foi um sucesso. Ele destacou cinco fatores para o sucesso da etapa. ;O primeiro é que no leilão contratamos só energia renovável. O segundo é que conseguimos resgatar duas fontes que estavam perdendo competitividade, que são as PCHs e o bagaço da cana;.

Segundo Tolmasquim, havia uma cadeia industrial para produtos de PCHs que se ressentia pelo fato de não haver novas usinas, além de reivindicações constantes das entidades industriais para o retorno desse tipo de empreendimento. ;Outro pleito era por parte do pessoal do etanol, que com a exploração do bagaço da cana ganha uma nova receita para o setor;.

Tolmasquim disse ainda que o leilão ainda fez surgir uma nova fonte de energia que tem muito futuro: a usina a cavaco de madeira. ;As duas maiores biomassas contratadas são usinas de madeira, que tem um papel muito interessante para o setor, porque podem ser despachadas o ano todo, já que não têm safra. A madeira tem o ano todo. Quando a hidrologia está boa pode estocar madeira ou usar para outras coisas;.

O presidente da EPE ressaltou ainda o retorno da hidrelétrica com reservatório, representada por Sinop. ;Não é um reservatório grande, mas tem um reservatório de acumulação. Ajuda a regularizar outras usinas. É fundamental para isso;. Para Tolmasquim, os preços negociados foram bastante razoáveis com um bom deságio. ;O preço foi interessante, dado o perfil das fontes que entraram no leilão;, disse.

Tolmasquim informou que a segunda etapa do Leilão A-5 será feita em dezembro para a concessão de seis hidrelétricas, que totalizam 1.206 MWh. ;Não quer dizer que todas conseguirão a licença, que todas participarão, mas são hídricas que consideramos com potencial de preço. Muito provavelmente também teremos o produto eólico participando desse segundo leilão;. Tolmasquim disse também que o total de energia contratado para 2018 só será conhecido depois da segunda etapa do Leilão A-5.

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