postado em 04/09/2013 14:19
Rio de Janeiro ; O mercado de trabalho perdeu dinamismo no primeiro semestre de 2013, apesar de ter atingido um patamar importante na perspectiva histórica, avaliou nesta quarta-feira (4/9) Carlos Henrique Corseuil, diretor adjunto de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O órgão, vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, divulgou o Boletim de Mercado de Trabalho n; 55, que analisa a conjuntura nacional a partir de dados da Pesquisa Mensal do Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e de dados do Cadastro Geral de Emprego (Caged) e do Dieese.
"De forma geral, o mercado de trabalho mostrou uma perda de dinamismo em relação à evolução que vinha mostrando nos anos passados. No primeiro semestre de 2013, tanto a população ocupada quanto os rendimentos médios mostraram uma tendência de queda, embora outros indicadores, como a taxa de informalidade, continuem melhorando. A gente atribui essa perda de dinamismo na população ocupada e nos rendimentos a uma possível reação tardia no mercado de trabalho aos indicadores macroeconômicos, que, no final de 2011 e início de 2012 não estavam mostrando uma evolução muito positiva", disse o diretor, que aponta uma possibilidade de melhora.
"Em certo sentido, o fato de o PIB [Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país] dar sinais de recuperação, agora é um sinal de esperança para a gente de que o mercado vai ter uma reação positiva no segundo semestre".
Um dos pontos destacados pelo economista é que, em 2013, a taxa de desocupação chegou a superar, em junho, a registrada no mesmo período de 2012. "Isso era algo que não acontecia nos últimos anos. O desemprego vinha caindo continuamente. Mas o patamar não é ruim. Uma taxa de 6% é ao menos bem razoável para um país em desenvolvimento". A taxa de desocupação média do primeiro semestre foi 5,7%, equivalente a 0,2 ponto percentual menor que a do mesmo período de 2012. De 2011 para o ano passado, a queda tinha sido de 0,5 ponto percentual.
A população ocupada, outro indicador usado na análise, também se comportou de forma mais fraca em comparação aos anos anteriores, com queda entre janeiro e abril, e recuperação no segundo trimestre. A oscilação gerou um crescimento médio de 1,2%, ou de 272 mil postos de trabalho, sobre 2012.
Já o rendimento, que obteve alta média de 1,5% sobre o primeiro semestre de 2012, com o valor de R$ 1.875, 20 nos primeiros seis meses de 2013, teve o crescimento concentrado na variação de janeiro a fevereiro, seguido por uma leve queda até junho. Sobre os dados de julho, Corseuil avalia que os sinais para o segundo semestre são ambíguos.
"Quando a gente olha para os dados de julho, são sinais ambíguos. No que diz respeito ao rendimento, o dado mostrou que continua uma tendência de queda. Em relação à população ocupada, mostrou um aumento que pode ser uma reversão dessa tendência de queda do primeiro semestre", avaliou o pesquisador, que ponderou ser preciso analisar as próximas pesquisas para confirmar os sinais.
A taxa de informalidade apresentou melhor desempenho, com queda de 0,9 ponto percentual em relação ao primeiro semestre de 2012, chegando a 33,2% de média. Corseuil explica que a tendência era um aumento da taxa em um cenário de incertezas, mas políticas adotadas seguraram esse processo. "Com a informalidade, você não tem tantas amarras, e o empregador muitas vezes usa nesse ambiente de incerteza para ganhar um grau de flexibilidade maior. Mas, há forças estruturais que continuam agindo, como os mecanismos de crédito facilitado a pequenas empresas e a redução tributária. Num cenário que elevaria a informalidade, essas forças continuam puxando a informalidade para baixo".
Corseuil lembrou que os jovens são os que mais sofrem com o ambiente menos favorável para a economia. "Quando chega um momento desse em que há perda de dinamismo, isso torna a colocação no trabalho ainda mais difícil. O jovem tem uma barreira que é não ter experiencia prévia, uma coisa que é importante para o empregador. Nesses momentos, pode acontecer de o jovem ir parar no setor informal, o que pode dificultar a carreira dele num longo prazo".
"De forma geral, o mercado de trabalho mostrou uma perda de dinamismo em relação à evolução que vinha mostrando nos anos passados. No primeiro semestre de 2013, tanto a população ocupada quanto os rendimentos médios mostraram uma tendência de queda, embora outros indicadores, como a taxa de informalidade, continuem melhorando. A gente atribui essa perda de dinamismo na população ocupada e nos rendimentos a uma possível reação tardia no mercado de trabalho aos indicadores macroeconômicos, que, no final de 2011 e início de 2012 não estavam mostrando uma evolução muito positiva", disse o diretor, que aponta uma possibilidade de melhora.
"Em certo sentido, o fato de o PIB [Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país] dar sinais de recuperação, agora é um sinal de esperança para a gente de que o mercado vai ter uma reação positiva no segundo semestre".
Um dos pontos destacados pelo economista é que, em 2013, a taxa de desocupação chegou a superar, em junho, a registrada no mesmo período de 2012. "Isso era algo que não acontecia nos últimos anos. O desemprego vinha caindo continuamente. Mas o patamar não é ruim. Uma taxa de 6% é ao menos bem razoável para um país em desenvolvimento". A taxa de desocupação média do primeiro semestre foi 5,7%, equivalente a 0,2 ponto percentual menor que a do mesmo período de 2012. De 2011 para o ano passado, a queda tinha sido de 0,5 ponto percentual.
A população ocupada, outro indicador usado na análise, também se comportou de forma mais fraca em comparação aos anos anteriores, com queda entre janeiro e abril, e recuperação no segundo trimestre. A oscilação gerou um crescimento médio de 1,2%, ou de 272 mil postos de trabalho, sobre 2012.
Já o rendimento, que obteve alta média de 1,5% sobre o primeiro semestre de 2012, com o valor de R$ 1.875, 20 nos primeiros seis meses de 2013, teve o crescimento concentrado na variação de janeiro a fevereiro, seguido por uma leve queda até junho. Sobre os dados de julho, Corseuil avalia que os sinais para o segundo semestre são ambíguos.
"Quando a gente olha para os dados de julho, são sinais ambíguos. No que diz respeito ao rendimento, o dado mostrou que continua uma tendência de queda. Em relação à população ocupada, mostrou um aumento que pode ser uma reversão dessa tendência de queda do primeiro semestre", avaliou o pesquisador, que ponderou ser preciso analisar as próximas pesquisas para confirmar os sinais.
A taxa de informalidade apresentou melhor desempenho, com queda de 0,9 ponto percentual em relação ao primeiro semestre de 2012, chegando a 33,2% de média. Corseuil explica que a tendência era um aumento da taxa em um cenário de incertezas, mas políticas adotadas seguraram esse processo. "Com a informalidade, você não tem tantas amarras, e o empregador muitas vezes usa nesse ambiente de incerteza para ganhar um grau de flexibilidade maior. Mas, há forças estruturais que continuam agindo, como os mecanismos de crédito facilitado a pequenas empresas e a redução tributária. Num cenário que elevaria a informalidade, essas forças continuam puxando a informalidade para baixo".
Corseuil lembrou que os jovens são os que mais sofrem com o ambiente menos favorável para a economia. "Quando chega um momento desse em que há perda de dinamismo, isso torna a colocação no trabalho ainda mais difícil. O jovem tem uma barreira que é não ter experiencia prévia, uma coisa que é importante para o empregador. Nesses momentos, pode acontecer de o jovem ir parar no setor informal, o que pode dificultar a carreira dele num longo prazo".