Economia

EUA: economia continua avançando em ritmo "modesto a moderado"

O Livro bege do Fede fez um balanço da atividade nas seis semanas que se encerraram no dia 26 de agosto

Agência France-Presse
postado em 04/09/2013 15:35
Washington - O Federal Reserve (Fed) anunciou nesta quarta-feira (4/9) que a economia norte-americana continuou avançando a um ritmo "modesto a moderado" em julho e agosto.

Segundo o Livro bege do Fed, que faz um balanço da atividade nas seis semanas que se encerraram no dia 26 de agosto, oito regiões classificaram a expansão econômica como "moderada" enquanto outras três a caracterizaram como "modesta" enquanto uma, a de Chicago, evoca somente uma "melhoria".



[SAIBAMAIS]O relatório destaca que os gastos de consumo, em viagens, produtos manufaturados e a demanda de serviços, cresceram na maioria das 12 regiões do Fed.

A criação de emprego também se manteve estável ou melhorou e a inflação continuou sob controle. "Na maioria das atividades e indústrias, as contratações se mantiveram estáveis ou aumentaram modestamente em relação ao período anterior reportado", acrescenta.

"As pressões inflacionárias se mantêm frágeis e os preços aumentaram levemente durante o período analisado. As pressões salariais continuaram sendo modestas em geral".

Desde maio o Fed faz alusão a sua intenção de reduzir suas operações mensais de compra de títulos de 85 bilhões de dólares, afirmando que a redução do programa depende do melhoramento geral da economia.

Apesar de um aumento das taxas de juros, a atividade no setor imobiliário residencial continuou crescendo e no residencial também "avançou".

O consumo registra um crescimento constante, apesar de lento nas regiões, impulsionado em parte pela demanda de automóveis, equipamento para o lar e materiais para o melhoramento de casas.

Contudo, os consumidores parecem manter a cautela, alerta o documento.

"Relatórios de vários distritos indicam que os consumidores mantêm a cautela em suas compras e são muito sensíveis aos preços", com a maioria das compras realizadas em lojas de descontos.

Os cortes de gastos da administração federal não parecem ter muito impacto sobre a economia, com exceção do setor de hospitais, com várias regiões que registram uma redução dos gastos com viagem por parte de funcionários do governo.

Contudo, há sinais de fragilidade. Com exceção do financiamento hipotecário para a compra de casas, o crescimento dos empréstimos desacelerou em relação ao período anterior e se manteve estável em várias regiões. Em uma delas, Kansas City, os empréstimos caíram.

A produção agrícola em algumas áreas foi afetada por uma persistente seca, em outras, principalmente no sudeste, a abundância de chuvas atrasou os cultivos.

Contudo, a decisão de começar a reduzir o programa de estímulos provavelmente dependa mais da evolução do mercado de trabalho norte-americano, cujos dados mais recentes sobre criação de emprego e desemprego em agosto serão publicados na sexta-feira.

A maioria dos analistas estima que as cifras de sexta-feira mostrarão pouca variação em relação à situação do emprego em julho, que registrou um modesto aumento de 162.000 novos empregos líquidos e uma porcentagem de desemprego de 7,4%.

Segundo Erik Johnson, economista de IHS Global Insight, isso não será suficiente para anunciar uma redução do programa este mês. "Nossa opinião é que a taxa de desemprego ditará a decisão", afirmou.

"O mercado de trabalho estava muito indeciso como para que o Fed reduzir no final de julho e a evolução desde então não resolveu o problema. Em consequência, não antecipamos uma redução na reunião de setembro, mas sim que esperamos uma redução na reunião de dezembro e uma limitação gradual das compras de ativos durante a primeira metade de 2014".

Mostrando uma melhoria contínua e constante da economia, o estudo provavelmente sirva de apoio a uma possível decisão do comitê de política monetária do Fed, de começar a cortar seu programa de estímulos em sua próxima reunião, nos dias 17 e 18 de setembro.

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