Economia

Banco Central dá voto de confiança, mas juros devem subir ainda mais

Mesmo com o Ministério da Fazenda descumprindo a promessa de cortar gastos, o que elevou a inflação, o Banco Central decide encampar o discurso de que, agora, o ajuste fiscal será consistente; Selic, de 9%, deve aumentar até 9,75%

postado em 06/09/2013 06:03
Mesmo com o Ministério da Fazenda descumprindo a promessa de cortar gastos, o que elevou a inflação, o Banco Central decide encampar o discurso de que, agora, o ajuste fiscal será consistente; Selic, de 9%, deve aumentar até 9,75%Depois de muito criticar a gastança patrocinada pelo Ministério da Fazenda, fato que ajudou a inflação a quase sair do controle ; neste ano, em nenhum momento, os índices que medem o custo de vida ficaram abaixo de 6% ;, o Banco Central baixou o tom das cobranças e, mais uma vez, deu um voto de confiança à promessa do ministro Guido Mantega, de fazer um ajuste fiscal consistente neste ano e em 2014. O risco de o BC se frustrar é grande. Por isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) avisou, em ata divulgada na quinta-feira (6/9), que a alta da taxa básica de juros (Selic), que passou de 7,25% para 9% ao ano desde abril último, continuará, até ter a certeza de que a carestia está domada. As apostas são pelo menos mais dois aumentos, um de 0,5 ponto percentual, em outubro; outro de 0,25, em novembro.



Segundo o BC, há ;condições; para que a política fiscal, até então tachada de ;expansionista;, ;se desloque para a zona de neutralidade;, ou seja, deixe de contribuir para a elevação dos preços. Até o início deste ano, a autoridade monetária expressava a mesma crença, mas o que se viu foi uma onda de truques fiscais comandados pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, para esconder gastos excessivos, que minaram a confiança na política econômica do país. O estrago causado por essas manobras foi tamanho que, a despeito de o Copom ter subido os juros, a credibilidade não foi retomada. Famílias e empresários continuam com o pé atrás em relação ao compromisso do governo com a estabilidade do país.

Na opinião de especialistas, a ata referente à reunião do Copom em que os juros saltaram de 8,50% para 9% traça um quadro de perigoso otimismo. O BC prevê um ;ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano;, indica a retomada dos investimentos produtivos e garante a continuidade do avanço do consumo das famílias, favorecido pelas transferências de recursos públicos e pelo vigor do mercado de trabalho, ;que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários;.

A matéria completa está disponívelpara assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação