Agência France-Presse
postado em 10/09/2013 19:17
A Standard & Poor;s reduziu a nota da dívida soberana argentina de B- a CCC%2b após a recente decisão de um tribunal de apelações norte-americano que favorece fundos especulativos, informou a agência nesta terça-feira (10/9). "Estamos reduzindo nossa nota da Argentina pelos crescentes riscos sobre o pagamento da dívida, originados em uma ação (judicial) sobre a dívida que o governo argentino ainda mantém em default", disse a S em um comunicado.A decisão, que é objeto de recurso na Suprema Corte dos Estados Unidos pela Argentina, poderia gerar "interrupções nos pagamentos" ou uma reestruturação forçada da dívida da Argentina, acrescentou, indicando que a perspectiva da nota é "negativa".
Segundo a agência, qualquer desses cenários reduziriam ainda mais a classificação argentina e existe um terço de probabilidade de que algum deles ocorra nos próximos 12 meses.
Uma perspectiva negativa implica que a agência pode voltar a reduzir, a qualquer momento, a nota da dívida. A S deve reduzir essa nota se perceber "que os riscos legais sobre o cumprimento de sua dívida aumentaram ou se tornaram iminentes".
No dia 23 de agosto, um tribunal de apelações de Nova York confirmou a decisão do juiz Thomas Griesa, que ordenou a Argentina a pagar 1,47 bilhão de dólares aos fundos de risco NML Capital e Aurelius, chamados de "abutres" por Buenos Aires porque compraram a dívida já em default.
Esses fundos fazem parte dos 7% de credores que rejeitaram as trocas da dívida argentina de 2005 e 2010, que incluíram fortes perdões (67% em média) sobre o valor nominal desses títulos e prazos de pagamento estendidos.
O governo argentino, que previamente levou o caso à máxima corte norte-americana, apelou da decisão na Câmara de Apelações de Nova York que decidiu contrariamente ao país.
Ao mesmo tempo, a presidente argentina, Cristina Kirchner, anunciou a intenção de seu governo de abrir uma terceira troca para sua dívida ainda em default, projeto que se encontra atualmente em trâmite legislativo em Buenos Aires.