Economia

EUA: após saída de Summers, Janet Yellen é favorita para dirigir Fed

Diante das críticas da oposição e de vários legisladores democratas - o Congresso deve avaliar a nomeação do presidente do Fed -, Summers jogou a toalha

Agência France-Presse
postado em 16/09/2013 16:22
Washington - A vice-presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, aparece agora como favorita - e a primeira mulher candidata - para dirigir a instituição, depois da surpreendente desistência de Larry Summers.

Ex-conselheira econômica de Bill Clinton, vice-presidente do Fed desde 2010, Yellen, de 67 anos, se tornou favorita com a renúncia à concorrência do principal ex-conselheiro do presidente Barack Obama, Larry Summers, domingo.

Diante das críticas da oposição e de vários legisladores democratas - o Congresso deve avaliar a nomeação do presidente do Fed -, Summers jogou a toalha.

A senadora democrata por Massachusetts, Elizabeth Warren, influente membro da Comissão Bancária do Senado, declarou à CNBC nesta segunda-feira, que "não era um segredo" que não queria Summers. "Janet Yellen, espero, será uma fantástica presidente do Fed. Espero que seja nomeada", afirmou.

Em uma carta dirigida a Obama, Summers citou o temor de uma "amarga" disputa em seu processo de confirmação para o cargo no Congresso, como principal motivo de sua desistência.

Obama afirmou em um comunicado que havia aceitado a decisão da Summers de retirar sua candidatura para o cargo em uma conversa por telefone e após semanas de especulações sobre sua nomeação.

O presidente busca evitar confrontações adicionais com o Congresso, quando tenta lutar pelo aumento do teto da dívida e do gastos públicos.

Yellen, em silêncio desde o começo das especulações recebeu apoio em uma carta enviada ao presidente por 30 senadores democratas.

Na semana passada, cerca de 240 economistas, entre eles o prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz e os conselheiros econômicos do governo Clinton (1993-2001), Alice Rivlin e Christina Romer, assinaram uma carta aberta a Obama para apoiar Yellen.



No caminho de Bernanke

"É muito difícil imaginar como Obama justificaria o fato de não escolher Janet Yellen neste momento. Ninguém é tão qualificado. Uma escolha diferente pareceria rancor", destacou nesta segunda-feira o colunista do The New York Times, Paul Krugman, também prêmio Nobel de Economia, em seu blog.

Yellen, que apoiou a política monetária ultraflexível adotada pelo Fed com a influência de Ben Bernanke para sustentar a recuperação do EUA, em crise, representa a continuidade deste caminho.

Na quarta-feira será realizada uma reunião do Comitê de Política Monetária (FOMC) que deve, segundo a maioria dos analistas econômicos, iniciar uma transição para uma política menos frouxa.

Obama que, no começo de agosto, disse que Summer e Yellen são "altamente qualificados", afirmou que dispõe de "um amplo leque de candidatos". Entre eles, aparece o nome de Donald Kohn, de 70 anos, predecessor de Yellen na vice-presidência do Fed, com carreira de 40 anos na instituição.

Considerada uma democrata, Yellen passou mais de 12 anos em postos de decisão de política monetária. É vista dentro do FOMC como mais preocupada com o desemprego que com a inflação.

O ex-secretário do Tesouro de Obama, Timothy Geithner, de 52 anos, até o momento sem interesse no posto, é novamente citado pela imprensa, assim como Roger Ferguson, 61 anos e ex-número dois do Fed com Alan Greenspan.

"A escolha mais certa é Yellen. A outra opção de que ninguém fala e que ainda é, acredito, uma possibilidade, é conservar o melhor candidato para este posto e esse (candidato) é Bernanke", afirmou nesta segunda-feira na rede econômica CNBC, Tony Fratto, porta-voz da Casa Branca durante o governo de George W. Bush.

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