Agência France-Presse
postado em 01/10/2013 16:09
Washinton - Às sete da manhã, funcionários federais lotavam o metrô de Washington indo ao trabalho para fechar tudo e colocar em seus e-mails mensagens automáticas de ausência no primeiro dia de paralisia do governo.Um funcionário da Agência de Proteção ao Meio Ambiente explicou "recebemos um e-mail, o que significa que temos que vir fechar tudo e deixar uma mensagem de ausência em nossos telefones e resposta automática em nossos e-mails. Não se sabe quanto tempo vai durar".
No interior do prédio, um guarda, também funcionário federal, sorri e afirma: "Bom dia, estamos aqui".
Ambos fazem parte dos cerca de 800 mil funcionários federais "não essenciais" enviados para casa sem remuneração a partir desta terça-feira (1;/10) por tempo indefinido. A maioria veio muito cedo para encerrar atividades pendentes e voltará para casa antes do almoço.
Christine Baughman, também funcionária da EPA, ataca os legisladores: "tinham seis meses para votar o orçamento, mas, aparentemente, isso não era suficiente! Nunca é suficiente", disse à AFP.
Criticando tanto democratas como republicanos, ela acredita que "não fizeram o trabalho e agora nos impedem fazer o nosso! É trabalho do Congresso, não do (presidente Barack) Obama" entrar em acordo sobre um orçamento para o Estado federal.
Economizar
"Todos devemos economizar agora, sobretudo, quem tem retiradas automáticas de suas contas bancárias porque o próximo salário estará reduzido à metade ou mais e se a paralisia do governo continuar, eles não terão nada", insiste Baughman, que viveu a primeira paralisia administrativa em 1996.
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Um pouco mais longe, Carlos Matuz, auditor da Agência de Desenvolvimento Internacional, se dirige a seu escritório, por sorte, para trabalhar: "meu trabalho é considerado essencial, por isso, devo trabalhar haja paralisia do governo ou não". Contudo, confessa estar preocupado com seus colegas de outras agências que estão de licença.
[SAIBAMAIS]Outras agências governamentais, todos os museus nacionais da prestigiada instituição Smithsonian, gratuitos para a maioria e abertos o ano todo, fecharam suas portas, em muitos casos, colocando um cartaz explicativo como: "Fechado devido à paralisia do governo".
No Museu de História dos Estados Unidos no National Mall, a arborizada esplanada que leva ao Capitólio, quatro guardas impedem o acesso dos turistas. "Está fechado até nova ordem", disse um deles à AFP.
O mesmo acontece nas entradas dos famosos monumentos da capital, locais imprescindíveis dos turistas. O acesso está completamente bloqueado.
Diante do memorial de Abraham Lincoln, Ray, que veio de Los Angeles de férias com a família, disse estar decepcionado por este atípico fechamento.
"Eu queria muito ver este monumento, que chato", comentou à AFP, apesar de reconhecer que não entende tudo o que está acontecendo. "Sei que é por causa deste assunto da paralisia do governo, mas não tenho certeza do que isso quer dizer".