Economia

Desemprego retrocede na zona do euro pela primeira vez desde 2011

Em julho, a zona do euro registrou um desemprego de 12% da população economicamente ativa, em leve queda em relação ao mês anterior, de 12,1%

Agência France-Presse
postado em 01/10/2013 16:49
Bruxelas - O desemprego na zona do euro retrocedeu durante o verão (do hemisfério norte) pela primeira vez em dois anos e meio, um novo sinal encorajador para o bloco, que emergiu no segundo trimestre de 18 meses de recessão.

Em julho, a zona do euro registrou um desemprego de 12% da população economicamente ativa, em leve queda em relação ao mês anterior, de 12,1%, segundo os dados publicados nesta terça-feira pelo escritório de estatísticas europeu, Eurostat.

Esta é a primeira diminuição do desemprego na zona do euro desde o início de 2011. Em fevereiro daquele ano a taxa de desemprego passou a 9,9%, contra 10,0% do mês anterior. No entanto, a quantidade de pessoas sem atividade segue em níveis históricos e representa mais de 19 milhões. Em agosto, a desocupação permaneceu estável, em 12%, segundo o Eurostat.

[SAIBAMAIS]Embora continue em um nível crítico, na Espanha, quarta economia da Eurozona, o desemprego permaneceu estável em 26,2% em relação ao mês anterior e continuam sendo cerca de 5,9 milhões as pessoas desempregadas. Entre os jovens de menos de 25 anos o desemprego subiu levemente a 56%, contra 55,9% em julho.

Na Grécia, o desemprego continuou aumentando em junho a 27,9%, contra 27,6% em maio, o que representa mais de 1,4 milhão de pessoas sem atividade. Entre os jovens menores de 25 anos, o desemprego caiu de 62% a 61,5% em junho. Espanha e Grécia são os dois países do Eurogrupo e da União Europeia (28 países) com a maior porcentagem de desempregados.

Para o conjunto da zona do euro, os menores de 25 anos sem atividade representavam em agosto 23,7%, contra 23,8% um mês antes.

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Os números do desemprego de agosto "são sinais de que o mercado de trabalho melhora", observou Ben May, economista do Capital Economics, acrescentando que "como os números do mercado de trabalho reagem às mudanças econômicas de maneira defasada, o desemprego seguirá melhorando nos próximos meses".

No entanto, "com indicadores econômicos que marcam um frágil crescimento na região, o desemprego cairá apenas gradualmente", considerou May.

No segundo trimestre de 2013, a Eurozona saiu da recessão mais longa de sua história ao registrar um crescimento de 0,3%. No primeiro trimestre, o PIB deste mesmo núcleo de países membros da união monetária havia caído 0,3%, somando seis meses consecutivos de recessão.

O comissário europeu de Emprego e Assuntos Sociais, Laszlo Andor, indicou em um comunicado que "os números de agosto nos lembram que continua sem ser realidade uma recuperação econômica robusta".

"O desemprego pode ter deixado de crescer durante o verão, mas continuamos tendo 26,5 milhões de europeus (entre os 28 membros da UE) sem trabalho, com 5,5 milhões menores de 25 anos", acrescentou. É "crucial colocar em andamento políticas de emprego proativas" , declarou Andor, que na quarta-feira apresentará propostas para reforçar a dimensão social da Eurozona.

Entre os países com menor taxa de desemprego estão Áustria (4,9%), Alemanha (5,2%) e Luxemburgo (5,8%). No conjunto da União Europeia (28 países), o desemprego também permaneceu estável em relação a julho, a 10,9%.

Em relação a agosto de 2012, a porcentagem aumentou tanto na Eurozona (11,5%) quanto no conjunto da UE (10,6%), o que representa 895.000 e 882.000 desempregados a mais, respectivamente.

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