postado em 06/10/2013 06:03
A paralisia do governo norte-americano já ameaça a expansão da atividade econômica do país. Em duas semanas sem Orçamento e com o funcionamento parcial do governo federal, os Estados Unidos podem amargar uma redução de 0,3 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB). Para a consultoria HIS, o prejuízo diário é de US$ 300 milhões. A agência de classificação de risco Moody;s estima perda de US$ 55 bilhões se a trava orçamentária durar de três a quatro semanas. Esses danos, porém, não se comparam ao caos potencial de um calote, situação que pode ocorrer caso o Congresso impeça o país de se endividar mais ; o mundo mergulharia na pior crise da história.
A previsão do mercado para a dívida bruta norte-americana é de que ela atinja o equivalente a 108,1% do PIB. Em um calote, o efeito seria devastador. O Brasil, que é o terceiro maior credor do Tio Sam, seria atingido diretamente. As reservas do Banco Central, de mais de US$ 350 bilhões, poderiam virar pó. A China, que tem mais de US$ 1 trilhão em títulos norte-americanos, passaria de locomotiva econômica do planeta a âncora, levando para o fundo a economia de dezenas de países. Analistas, porém, não acreditam que esse quadro se confirme. ;Não há possibilidade de um calote. A não ser que parte dos republicanos tenha espírito suicida;, pondera Marcos Troyjo, economista e diretor do BRICLab, na Universidade Columbia, em Nova York.
As apostas no mercado são de que até a próxima semana ;o governo seja reaberto;. John Boehner, presidente da Câmara dos Deputados e maior opositor do governo democrata, sinalizou que pode levar seus correligionários a desbloquearem o Orçamento. Tanto que ontem os deputados aprovaram, por unanimidade, um projeto de lei que destina recursos para pagar retroativamente os 800 mil servidores que estão de licença compulsória. Os profissionais, no entanto, só receberão os valores quando puderem retornar ao trabalho, o que não tem data certa.
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