postado em 09/10/2013 20:09
O Banco Central (BC) decidiu elevar em 0,5 ponto percentual os juros básicos da economia, a chamada taxa Selic. Em decisão unânime, os diretores que integram o Comitê de Política Monetária (Copom) optaram por subir os juros para 9,5% ao ano, a quinta alta consecutiva em 2013. Esta é a quarta vez que o Copom emite o mesmo comunicado após ter subido a taxa de juros. Na nota, o comitê avalia que "a decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano".
A elevação na taxa tende a provocar um esfriamento da economia justamente em um momento em que o governo encontra dificuldades para reanimar o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Os novos juros também servirão para colocar a inflação em trajetória de queda.
Em setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,35%, segundo números divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, porém, o indicador acumula alta de 5,86%, número ainda bem acima da meta que, pelo menos em tese, é perseguida pelo BC, de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos para cima ou para baixo.
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Desde abril, os juros básicos já subiram 2,25 pontos percentuais, saindo da mínima histórica, 7,25%, para o atual patamar de 9,5%. Analistas de mercado preveem, no entanto, novas altas da taxa. Ao Correio, o ex-secretário do Tesouro Nacional Carlos Kawall, hoje economista-chefe do banco Safra, disse esperar que a Selic chegasse a 10,5% ao ano já em fevereiro de 2014.
Mesmo que não venham novas altas, a alta da Selic anunciada esta quarta-feira já faz do Brasil o campeão no ranking dos juros reais mais altos do mundo. De acordo com um levantamento realizado pela consultoria MoneYou, a segunda posição é ocupada pelo Chile e a terceira, pela China. O levantamento leva em conta as taxas básicas de juros de cada país e a projeção para a inflação dos próximos 12 meses. Por essa conta, a taxa do Brasil é de 3,5% ao ano, enquanto que a do Chile é de 3,2% e a da China, de 3%.