Economia

Negociações sobre dívida dos EUA voltam a ficar tensas

Oposição acusa Obama de rejeitar propostas republicanas

Agência France-Presse
postado em 12/10/2013 20:57
Washington - As negociações nos Estados Unidos sobre o teto da dívida voltaram a ficar tensas este sábado (12/10) e dificilmente os congressistas chegarão a um acordo neste final de semana, após os republicanos acusarem o presidente Barack Obama de rejeitar suas propostas.

Segundo Harry Reid, chefe da maioria democrata no Senado, é pouco provável que seja alcançado um acordo neste final de semana. Além disso, os membros da Câmara de Representantes estão de folga até a noite de segunda-feira, após uma curta sessão neste sábado. As discussões ficaram tensas, em meio a críticas da oposição republicana ao presidente Obama, a quem acusam de não querer negociar.

Eric Cantor, chefe da bancada republicana na Câmara de Deputados, afirmou estar decepcionado com o rumo que a discussão entre seu partido e a Casa Branca tomou. "Essas discussões e essas negociações com o presidente não são sinceras e por consequência não chegamos a parte nenhuma", disse o representante John Fleming. "Disseram que falariam conosco e ao mesmo tempo tentam nos colocar em curto-circuito ao pressionar o Senado para encontrar qualquer coisa" como saída da crise.



Durante seu discurso semanal, Obama manifestou este sábado sua hostilidade à ideia de adiar por algumas semanas este vencimento, como sugeriram os republicanos. Elevar o teto da dívida por um curto prazo permitiria, segundo os republicanos, negociar com mais tempo um amplo acordo de reforma de vários programas sociais norte-americanos.

"Não seria inteligente, como alguns anunciam, adiar por dois meses o teto da dívida e flertar com o primeiro ;default; internacional em meio à temporada comercial de Natal", disse Obama. "Os danos à reputação de tomador de empréstimos de reputação ilibada dos Estados Unidos só provocaria uma queda dos mercados. Seria mais caro para todos os americanos pegar empréstimos", ressaltou o presidente democrata.

O presidente, que afirmou nas últimas semanas que não negociará com os conservadores sobre a extensão do prazo do teto da dívida nem sobre o orçamento, reafirmou sua posição neste sábado, ao classificar as consequências de um eventual default como "um novo imposto, um imposto republicano por descumprimento, sobre todas as famílias e empresas americanas".

Os republicanos da Câmara temem que a Casa Branca negocie diretamente com os republicanos do Senado, a quem consideram menos intransigentes que seus colegas da Câmara de Deputados e explore, dessa forma, as divisões no campo conservador.

O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, encerrou a assembleia anual conjunta com o FMI, em Washington, alertando que "estamos a apenas cinco dias de um momento muito perigoso". "Se isto ocorrer, poderá ser um evento desastroso para o mundo em desenvolvimento; e também afetar as economias desenvolvidas".

O G20 emitiu uma nota onde menciona explicitamente os Estados Unidos para pedir que adote "ações urgentes" visando resolver o problema da dívida. A crise orçamentária se agrava com a necessidade de aumentar o teto legal da dívida, outra faculdade que corresponde ao poder Legislativo. Passada a data de 17 de outubro, a primeira economia mundial corre o risco de um default que terá repercussões mundiais, alertou o governo.

Parques reabrem suas portas

Na falta de uma votação sobre os gastos e receitas no Congresso, os Estados Unidos estão submetidos, desde 1; de outubro, a uma paralisia administrativa. Milhares de funcionários receberam ordem de permanecer em suas casas, provocando uma cascata de problemas em todo o país.

Vários estados (Nova York, Arizona, Colorado, Utah, Dacota do Sul) devem reabrir seus parques nacionais neste sábado graças a um acordo com o Serviço Nacional de Parques, a agência federal que os administra e que foi forçada a interromper quase completamente suas operações devido à paralisia orçamentária.

Parques como o Grand Canyon ou grandes monumentos como a Estátua da Liberdade receberão os turistas de novo, pois seu funcionamento será financiado temporariamente pelas autoridades locais.

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