Vera Batista
postado em 13/10/2013 08:00
Antônio Alexandrino da Silva, ou seu Toninho, nasceu em Alagoas, mas circulou pelas mais animadas festas de Brasília, em meados do século 20. Montado em seu cavalo, cantou, dançou, saboreou cachaças e cortejou as mulheres. Aos 103 anos (e seis meses), completados em 4 de abril, mantém o jeito galanteador e ainda arrisca uns versos, embora não saiba ler nem escrever. Seu Toninho, aposentado há 33 anos, é um dos muitos que confirmam as estatísticas da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps) de que o número de beneficiários da Previdência com mais de 90 cresce anualmente. Ao fim de 2011, de acordo com a entidade, eles eram 545,4 mil. Em agosto de 2013, esse número chegou a 678.074 nas planilhas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Até o ano passado, seu Toninho ia quase todos os dias ao Centro de Convivência do Idoso (CCI), conta Eunice Nascimento dos Santos, presidente do CCI do Varjão. ;Hoje, ele está meio esquecido. Mas, antes, dançava, brincava, era divertido e assanhado;, narra Eunice. Mas, mesmo assim, ainda reconhece os sete filhos (eram 16), os mais de 60 netos, os 25 bisnetos e os cinco tataranetos. Em Alagoas, nas suas andanças pelo sertão, conheceu Lampião, rei do cangaço, e Maria Bonita. Não se lembra de quando chegou a Brasília. Sabe, no entanto, que sua carteira de identidade o deixou quatro anos mais moço. Viveu no campo e se aposentou com um salário mínimo, hoje R$ 678. ;Trabalhar na roça é bom;, diz o simpático seu Toninho. ;Ele fala até hoje em plantar mandioca e criar galinha;, conta a filha Maria Helena, 54.
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