Economia

Casa Branca rejeita proposta dos republicanos de aumentar teto da dívida

"Barack Obama disse que os membros do Congresso não devem pedir resgate para assumir suas responsabilidades fundamentais de aprovar um orçamento e pagar as dívidas do país", explicou uma porta-voz da presidência

Agência France-Presse
postado em 15/10/2013 18:50
A disputa por uma lei de orçamento que permita aumentar o limite de endividamento dos EUA continuava nesta terça-feira entre a Casa Branca e os republicanos do Congresso, a 36 horas de o país entrar na zona de risco de um default.

A Casa Branca rejeitou na manhã desta terça-feira (15/10) um plano dos republicanos da Câmara de Representantes com condições para elevar o teto da dívida e acusou a oposição de pedir um resgate em troca de uma lei.

"O presidente (Barack Obama) disse e reiterou que os membros do Congresso não devem pedir resgate para assumir suas responsabilidades fundamentais de aprovar um orçamento e pagar as dívidas do país", explicou uma porta-voz da presidência, Amy Brundage.

A presidência acusou os dirigentes republicanos que controlam a câmara de elaborar esta proposta "para satisfazer um pequeno número de republicanos do (ultraconservador) Tea Party, os mesmos que determinaram a paralisia do Estado" com fechamento de serviços públicos desde o dia 1; de outubro.

"Os democratas e os republicanos do Senado trabalham para colocar fim, de boa fé (...) às crises artificiais que prejudicam os americanos", assinalou.

Mais cedo, os republicanos da Câmara de Representantes divulgaram, através de um colaborador de um dos legisladores, que querem organizar a votação de um texto que aumente o limite do endividamento até 7 de fevereiro e que permita a reabertura de seus serviços até 15 de janeiro.



A medida elaborada pela Câmara modifica o texto que atualmente é negociado no Senado acrescentando mudanças mais importantes à lei de reforma da saúde promovida por Barack Obama.

Os gastos associados a essa lei são a origem do bloqueio orçamentário no Congresso.

Um imposto sobre o equipamento médico instaurado pela lei seria adiado por dois anos, e os legisladores seriam privados de subsídios federais que atualmente permitem a eles reduzir o custo de seus seguros de saúde.

Na segunda-feira, o chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid, e o da minoria republicana, Mitch McConnell, evocaram a possibilidade de uma rápida solução ao enfrentamento.

"Fizemos avanços fenomenais, ainda não chegamos a um acordo, mas os avanços são fenomenais", disse Reid ao concluir na segunda-feira um novo dia de negociações.

Reid acrescentou que esperava que nesta terça-feira "seja um grande dia".

McConnell acrescentou: "Compartilho seu otimismo de que obteremos um resultado que será aceitável para ambas as partes".

Contudo, os fatos desta terça-feira parecem ter deixado pelo caminho essas expectativas.

Os EUA superaram em maio seu limite legal de endividamento, de 16,7 trilhões de dólares e o Estado federal funciona com base em "medidas extraordinárias" do Tesouro.

Se não houver acordo para a meia-noite de quarta-feira, o Tesouro dos EUA não poderá emitir mais dívida e o país, dependente do financiamento nos mercados para enfrentar seu funcionamento, poderia começar a declarar defaults sobre suas dívidas.

Alguns países como China e Japão, entre os principais credores norte-americanos, manifestaram sua preocupação com esta situação, toda vez que os títulos do Tesouro são considerados até agora como o investimento mais seguro no mundo.

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