Jornal Correio Braziliense

Economia

Congressistas tentam acordo a poucas horas para os EUA entrarem em default

Em uma data difícil de prever, os Estados Unidos já não poderão honrar com os pagamentos programados, pela primeira vez em sua história

Washington - O Congresso americano dispõe de poucas horas nesta quarta-feira (16/10) para afastar o fantasma de uma crise mundial provocada por uma possível interrupção dos pagamentos das dívidas do país. A agência de classificação Fitch alertou que poderá rebaixar a nota do país. Salvo um acordo de última hora, a primeira economia mundial entrará numa zona tão inédita quanto perigosa a 1h (horário de Brasília) de quinta-feira (17/10), quando o Tesouro ficará praticamente sem recursos para cumprir com seus compromissos junto aos credores.



A administração do presidente democrata, Barack Obama, reagiu ao anúncio afirmando que ele "reflete a urgência com a qual o Congresso deve atuar para afastar a ameaça de ;default; que pesa sobre nossa economia". "O anúncio mostra que a decisão da Fitch está relacionada apenas às negociações políticas e não às condições econômicas dos Estados Unidos", destacou um porta-voz do Tesouro.

Fitch destaca que "as prolongadas negociações sobre o limite da dívida, após o episódio de agosto de 2011, podem minar a confiança no papel do dólar como principal moeda de reserva", mas a agência destaca que as bases da economia americana são "sólidas". Na noite de terça, ao final de uma jornada caótica que refletiu as profundas divisões partidárias em Washington, os republicanos, que dominam a Câmara de Representantes, não quiseram submeter à votação um projeto para elevar o limite da dívida e por fim à paralisia do Estado federal, na ausência de apoio de influentes congressistas do radical Tea Party.

Mais cedo, a Casa Branca havia rejeitado um plano dos republicanos da Câmara de Representantes com condições, acusando os adversários de apresentar uma proposta "para satisfazer um pequeno número de republicanos do (ultraconservador) Tea Party, os mesmos que determinaram a paralisia do Estado".