Economia

Passagens para ver a final da Copa já superam valores do Réveillon do Rio

Mesmo comprando passagens com nove meses de antecedência, preços estão acima das taxas praticadas no restante do ano

Luisa Ikemoto
postado em 17/10/2013 10:30
Mesmo comprando passagens com nove meses de antecedência, preços estão acima das taxas praticadas no restante do ano
Comprar uma passagem de última hora para o Réveillon do Rio de Janeiro costuma ser caro, mas ainda mais caro é adquirir uma passagem para assistir ao jogo da final da Copa do Mundo de 2014. Sim, o evento ocorre apenas daqui a nove meses, mas mesmo realizando a compra com antecedência os passageiros desavisados vão se assustar com os preços que estão sendo praticados por quatro das principais companhias aéreas que atuam no Brasil: Gol, Avianca, Tam e Azul.

A final da Copa ocorre no dia 13 de julho do ano que vem, no Rio de Janeiro. O Correio fez um levantamento para ilustrar a diferença do preço das passagens. Os preços foram calculados já com as taxas de embarque, levando em consideração as passagens mais baratas oferecidas pelas companhias para o trecho em questão para um adulto, partindo um dia antes do evento e retornando no dia seguinte. Foram considerados voos com origem em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.

Uma das maiores diferenças encontradas foi entre os valores das passagens de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro praticados pela Tam, que aumentam quase 350% do Réveillon para a final do campeonato, saltando de R$ 353,14 para R$ 1.264,14. Por outro lado a companhia apresenta os melhores preços para os brasilienses que querem ver a partida (R$ 665,12).

Partindo de BH, a melhor opção é a Gol, com tarifas de R$ 374,94, partindo de Confins e desembarcando no Galeão. Em São Paulo, a companhia também apresenta o melhor preço, R$ 489,92, partindo de Viracopos.

Apenas as passagens da Tam, entre Brasília e o Galeão, e da Azul, entre Belo Horizonte e Santos Dumont, estão mais em conta para assistir a final do mundial do que a queima de fogos em Copacabana.

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O diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, defendeu em audiência pública na Câmara, que a liberdade tarifária seja respeitada. Por outro lado, o presidente da Embratur, Flávio Dino, defende um teto para os preços das passagens. "Não podemos supor que a invisível lei da oferta e da procura possa, sozinha, reger o mercado turístico, pois elevaremos os preços, e não só os aviões, à estratosfera", disse.

O que diz a lei
A Lei da Anac, responsável por regulamentar o setor, estabelece que deve prevalecer o regime de liberdade tarifária na prestação de serviços aéreos regulares. Dessa forma, cada empresa pode determinar suas próprias tarifas, "devendo comunicá-las à Anac, em prazo por esta definido".

A Avianca preferiu não se pronunciar sobre a diferença dos preços, enquanto a Azul disse em nota que "as passagens podem ter o preço mais elevado em razão da alta procura dos destinos participantes do evento".

A Gol informou que "recomenda antecedência e planejamento na compra das passagens". A companhia também explicou que "em períodos de festas ou de grandes eventos, como a possibilidade de inclusão de voos extras é finita, a procura é maior e, eventualmente, os bilhetes restantes são aqueles de maior valor".

Em nota, a Tam disse que "durante a Copa do Mundo, a demanda por viagens aéreas será bastante concentrada, muito mais do que em períodos de alta temporada, como o Ano Novo ou o Carnaval, sendo assim, o valor das tarifas também seguirá a mesma tendência já verificada em outros períodos de alta demanda." Contudo, a campanhia ressaltou que "as empresas aéreas estão dialogando com as autoridades para que seja estabelecida uma flexibilidade de malha para realocar a oferta aos trechos que terão alta demanda."

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