Economia

Guido Mantega diz que há sinais de recuperação da economia mundial

%u201CA expectativa é que, no ano que vem, tenhamos uma recuperação da economia mundial, abrindo espaço para que todo mundo possa crescer mais, inclusive o Brasil", disse o ministro

postado em 17/10/2013 14:39
Ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista realizada no dia 10 de outubro
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que 2013 ;não foi um ano fácil para ninguém, mas o mundo tende a caminhar para a superação da crise;, que já dura cinco anos. Para ele, agora, já existem sinais de recuperação da economia ;sendo ensaiadas pelo mundo;. Ele participou do oitavo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), que reuniu, no Palácio do Itamaraty, ministros e técnicos do governo.

Mantega fez a avaliação sobre a recuperação da economia mesmo admitindo que os sinais na Europa ainda são de crescimento moderado e que as medidas de incentivo à economia dos Estados Unidos e a crise provocada com o retardamento do limite do endividamento do governo norte-americano são problemas que preocupam, não só o Brasil, mas as demais economias. Para ele, mesmo com essas ;turbulências;, o desempenho da economia brasileira é razoável, com condições potenciais de crescimento.

;A expectativa é que, no ano que vem, tenhamos uma recuperação da economia mundial, abrindo espaço para que todo mundo possa crescer mais, inclusive o Brasil. Nosso Produto Interno Bruto [PIB, a soma de todas as riquezas do país], vem crescendo gradualmente. Tivemos 1,5% no segundo trimestre, em comparação ao período anterior, e foi satisfatório, em comparação às demais economias;, disse.

Mantega também destacou os volumes de investimentos recebidos pelo país, que estão ;puxando; o crescimento da economia em 2013, segundo ele. O ministro lembrou que a produção agrícola tem batido sucessivos recordes e que o comprometimento da renda das famílias brasileiras com o crédito tem se reduzido.



;Assim que o mercado abrir um pouco para o financiamento, teremos uma trajetória de crescimento do mercado brasileiro. A economia brasileira está em crescimento e tivemos novos postos com carteira assinada;, destacou. De acordo com Mantega, as empresas não estariam contratando se não tivessem boas perspectivas. A economia brasileira, informou, continua gerando empregos e é um dos melhores mercados em termos proporcionais.

Mantega voltou a lembrar que a economia brasileira tem fundamentos sólidos, em comparação à maioria das economias do mundo, e uma política consistente de desenvolvimento, o que permite que a economia se recupere e continua a crescer. Entre os fundamentos, citou a inflação sob controle, sem ultrapassar nos últimos dez anos o teto da meta (atualmente, 6,5% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA), solidez fiscal e reservas internacionais consideradas elevadas (US$ 370 bilhões) para enfrentar as turbulências internacionais.

;O país é credor internacional e não devedor. Fundamentos sólidos só, não resolvem. Mas temos uma política de desenvolvimento, com controle da inflação. No período anterior, isso não acontecia. O controle da inflação é uma das coisas mais importantes para a população e para o setor produtivo;, disse.

O ministro ainda destacou que o Brasil tem produzido um dos melhores resultados de superávit primário do mundo. ;O Brasil faz política anticíclica [poupança nos períodos de crescimento econômico e estímulos públicos nas crises, como as desonerações] e por isso o superávit cai um pouco, mas nada que ameace o equilíbrio fiscal brasileiro;.

Mantega disse ainda que a dívida líquida do setor público vem caindo e deve continuar nessa tendência. No caso do câmbio, ele indicou que o governo tem agido corretamente e enfrentado os problemas, que muitas vezes são resultado de turbulências externas. ;O câmbio flutua para os dois lados e para cima e para baixo. O patamar atual dá mais competitividade para as exportações brasileiras e para o setor agrário também;.

Segundo o ministro, apesar dos problemas de oscilação do câmbio, as reservas internacionais do país ;subiram de forma extraordinário; e estão em US$ 370 bilhões. ;Mesmo com a crise do Fed [Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos] ameaçando os incentivos dados à economia norte-americana, não saiu nada [das reservas]. Não perdemos nada;, disse.

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