O acesso fácil ao crédito nos últimos anos e o aumento considerável da classe média transformaram os hábitos de consumo dos brasileiros, que estão mais esnobes e também mais endividados. Agora, apesar de lançarem mão de recursos até então pouco comuns no Brasil, como pechinchar e exigir descontos, e de apelarem para qualquer tipo de promoção, eles não se furtam a pagar mais por produtos de marca que oferecem status, como carros, perfumes, cosméticos e roupas. Isso, mesmo com o orçamento doméstico abalado e com a capacidade de poupança minada.
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Esse novo perfil é constatado na pesquisa ;Hábitos de Gastos do Consumidor;, realizada pela empresa britânica Mintel, em parceria com a Ipsos Observer Brazil, que ouviu 1,5 mil pessoas nas 10 maiores cidades do país. O levantamento mostra que quase oito (75%) em cada 10 brasileiros concordam que comprar mercadorias de grife e mais caras faz com que se sintam bem a respeito de si e, sobretudo, nos círculos sociais em que circulam. E mais: sete em cada 10 (72%) acreditam que preço é um bom indicador de qualidade.
Na avaliação de Scheila Salina, analista de pesquisas da Mintel, a classe média em ascensão quer mostrar prestígio, mesmo não tendo capacidade financeira para isso. ;Na hora de ir ao supermercado, de comprar produtos alimentícios, ainda prevalece a ideia de economizar, de aproveitar as promoções e de comprar barato. Isso é evidente tanto entre os homens, que não têm apego a marcas de comida ou de produtos de limpeza e higiene, quanto entre as mulheres;, diz.
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