Economia

Fiesp prevê mais um mês de retração do emprego na indústria

O desemprego é mais notado na indústria porque o setor começou 2013 dando boa sinalização de recuperação, com evolução de 3,1% de janeiro a abril

postado em 20/10/2013 12:18
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acredita que os novos números do desemprego na indústria de transformação do estado apontam para mais um mês de retração do emprego na indústria nacional, considerando-se que São Paulo tem o maior parque industrial do país. A avaliação é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos da entidade, Paulo Francini.

Segundo resultado divulgado pela Fiesp na última semana, o emprego no setor recuou 0,08% em setembro. A pesquisa reforça os últimos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto registra quatro reduções seguidas no nível de empregos da indústria nacional (-0,4% em maio, -0,1% em junho, -0,2% em julho e -0,6% em agosto), com perda acumulada de 0,8% dos postos de trabalho industriais nos oito primeiros meses de 2013, em relação a igual período do ano passado.

A redução só não é maior por causa do bom desempenho da micro e pequena indústria, que superou com folga a rescisão de contratos de trabalho nas médias e grandes empresas, em agosto, na construção civil, na indústria de transformação e na indústria extrativa mineral, de acordo com o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), Luiz Barreto.

Com base em números do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Sebrae concluiu que esses três segmentos da indústria contabilizaram 23.419 postos líquidos de trabalho em agosto. Enquanto as empresas de grande e médio porte da indústria demitiram 13.313 funcionários, a micro e pequena indústria ofereceu 36.732 novos postos de trabalho. Condição que se estende aos demais setores da economia, com os pequenos negócios respondendo por quase 100% dos empregos líquidos.

O desemprego é mais notado na indústria porque o setor começou 2013 dando boa sinalização de recuperação, com evolução de 3,1% de janeiro a abril, mas a partir de então a produção começou a cair, acumulando queda de 2,3% de maio a agosto; e como diz o economista André Macedo, do IBGE, ;se a produção não cresce, não tem como melhorar o emprego;.

Para o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), agosto foi um dos piores meses para o emprego na indústria nacional, com queda generalizada em 13 das 14 localidades pesquisadas pelo IBGE. A única contribuição positiva foi Santa Catarina, com avanço de 0,9% , enquanto os principais impactos negativos foram São Paulo (-0,9%), Minas Gerais (-1,1%), Bahia (-7%), Rio Grande do Sul (-1,8%) e Pernambuco (-6,8%).

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A avaliação geral do IBGE sobre o mês de setembro só será conhecida no início de novembro, mas os empresários da indústria, que responderam a pesquisa da CNI, na semana passada, estão pouco otimistas quanto à recuperação da atividade industrial. Tanto que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) caiu de 54,2 para 53,8 pontos na comparação setembro-outubro, em nível aquém da média histórica de 58,5 pontos.

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