Economia

Pelo menos 10 pragas ameaçam lavouras e provocam prejuízos bilionários

Pelo menos 10 novas doenças batem às portas do campo brasileiro, que, neste ano, garantirá um terço do crescimento do país. Demora na liberação de defensivos assusta os produtores

Antonio Temóteo
postado em 21/10/2013 06:00
O mesmo governo que comemora a força da agricultura por garantir crescimento de pelo menos um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode comprometer o desempenho do campo no próximo ano, se não agilizar a liberação dos registros de defensivos agrícolas no país. Pelo menos 10 pragas ameaçam as lavouras brasileiras e somente a lagarta helicoverpa armigera provocou prejuízos de US$ 4 bilhões na safra 2012/2013. Já a ferrugem asiática levou a perdas de US$ 25 bilhões nos últimos 10 anos.

Os produtores estão em estado de alerta. Apesar de a helicoverpa ter devastado as lavouras de soja e algodão na Bahia e em Mato Grosso, não há no país registro de um defensivo capaz de combatê-la. Eles afirmam que, na safra 2013/2014, a soja deve voltar a ser o principal produto da pauta de exportações do Brasil. Pelas contas da Agência de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os negócios com o grão chegarão a US$ 31,5 bilhões neste ano. Mas, com as novas pragas, o avanço das plantações está comprometido. O ;pulgão da soja;, por exemplo, já migrou da China para os Estados Unidos e é uma ameaça com poder de reduzir em até 50% a produção naquele país.

Para que um defensivo agrícola tenha o registro aprovado no país, é preciso que ele seja analisado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. O problema, alegam agricultores e empresários, é que a liberação das licenças demora mais que em outros países. Estimativas apontam que, enquanto nos Estados Unidos o processo leva até dois anos, no Brasil, pode chegar até a sete anos. Nesse período, o estrago na lavoura poderá ser devastador.

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