postado em 21/10/2013 07:52
Seja lá qual for o consórcio vencedor do leilão de hoje do Campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos (RJ), o desenvolvimento da exploração de petróleo e gás no país vai iniciar uma nova trilha, com repercussões no mercado global. Cercado por um forte esquema de segurança, com apoio do Exército, para barrar a presença de manifestantes contrários, e um mutirão da Advocacia-Geral da União (AGU) para cassar liminares da Justiça destinadas à suspensão, o certame terá sérios desdobramentos.[SAIBAMAIS]A abertura dos envelopes em um hotel do Rio de Janeiro com a proposta vencedora, a do maior percentual destinado à União do óleo excedente na produção, colocará em marcha investimentos de US$ 1,7 trilhão (R$ 3,7 trilhões) ao longo dos 30 anos de concessão. Neste período, devem ser criados pelo menos 87 milhões de empregos. Estão no páreo nove empresas. Mas ainda há dúvidas quanto ao número de consórcios participantes. Os mais pessimistas falam em apenas um, liderado pela Petrobras em associação com as chinesas CNOOC e CNPC. O Palácio do Planalto acredita em um segundo grupo, que pode reunir a anglo-holandesa Shell e a francesa Total.
Para evitar transtornos, sobretudo diante da ameaça dos petroleiros contrários à privatização de Libra de invadirem o leilão, desde a madrugada de domingo, o Exército montou uma operação de guerra nas imediações do Hotel Windsor, na Barra da Tijuca, onde ocorrerá o certame. A operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) vai até a meia-noite de hoje. Os militares estão equipados com escudos e armados com escopetas, lança-bombas de gás lacrimogêneo e armas com balas de borracha. Além das tropas federais do Exército, a segurança terá o reforço da Marinha do Brasil, da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Militar do Rio. O efetivo total é de 1,1 mil pessoas.
Os órgãos de segurança estão orientando a população a evitar a região, uma vez que postos de controle permitirão acesso exclusivamente de pessoas credenciadas e de moradores que tragam consigo um comprovante de residência. A polícia militar informou que os agentes vão operar em pelo menos 15 pontos de interceptação na Barra. A Secretaria Municipal de Transportes e a CET-Rio implantaram um esquema especial de trânsito. A área do hotel foi completamente interditada, com bloqueio na Avenida Lúcio Costa (na orla), entre as ruas John Kennedy e Deputado José da Rocha Ribas. Ônibus também tiveram os itinerários modificados. Hoje é feriado do comércio no Rio.