Economia

Indústria brasileira ajusta estoques pela primeira vez em cinco meses

A produção da indústria está estável, com o indicador de evolução situado em 50,3 pontos, praticamente na linha divisória entre crescimento e queda

Simone Kafruni
postado em 22/10/2013 12:58
A indústria brasileira manteve a produção estável em setembro, mas conseguiu, pela primeira vez em cinco meses, ajustar seus estoques. É o que mostra a pesquisa Sondagem Industrial divulgada nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sem excedente, finalmente o setor poderá responder com aumento de produção, caso a demanda seja reaquecida.

;Após cinco meses com estoques em excesso, isso é uma boa notícia;, afirmou o economista da CNI, Marcelo Azevedo. ;O espaço para a recuperação industrial está aberto;, disse.

O gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, ressaltou que o estudo aponta, ainda, outros sinais positivos no setor industrial. A produção da indústria está estável, com o indicador de evolução situado em 50,3 pontos, praticamente na linha divisória entre crescimento e queda, sendo que acima dos 50 pontos significa aumento e abaixo, redução. ;No terceiro trimestre, a insatisfação com as margens de lucro também teve pequeno recuo;, explicou Castelo Branco.



Entretanto, o problema da indústria, segundo a CNI, ainda é a falta de competitividade. ;Os empresários continuam reclamando de aumento de custos e houve uma acomodação no otimismo do setor, que havia melhorando um pouco nos últimos meses;, afirmou. Num cenário de competição com produtos importados, a indústria não consegue repassar esse aumento no custo de produção para os preços e está reduzindo as margens de rentabilidade.

Atividade fraca

A expectativa para os próximos meses é de menor atividade. ;Os meses de novembro a fevereiro são de natural contração do setor, porque a demanda, historicamente, é reduzida;, ressaltou Castelo Branco. Para crescer, segundo os economistas da entidade, é preciso investimentos. No entanto, o quadro macroeconômico do país aponta para a continuidade do aperto monetário. ;O ciclo de juros altos é negativo para o setor. E o Banco Central sinaliza mais um aumento na Selic. Será muito difícil retomar a taxa reduzida de juros que tivemos no passado;, avaliou.

Flávio Castelo Branco também comentou o impacto do leilão do Campo de Libra. ;A cadeia dos supridores do setor petroleiro terá um efeito positivo e também esperamos uma melhora nas condições de infraestrutura de rodovias e portos na região. Mas esse impacto só será sentido no médio e longo prazos;, destacou.

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