Agência France-Presse
postado em 25/10/2013 17:27
Dois grandes nomes da indústria sueca, Volvo e Electrolux, anunciaram nesta sexta-feira (25/10) que suprimirão 2.000 postos de trabalho, confirmando as dificuldades do setor, que freiam o crescimento da Suécia.Esses anúncios, feitos ao mesmo tempo, não foram uma surpresa, no atual clima econômico que atinge o setor exportador, cuja desaceleração provocou queda de 0,2% do PIB sueco no segundo trimestre.
O anúncio do fabricante sueco de caminhões Volvo Group de que suprimirá 2.000 empregos de executivos e consultores foi posterior à publicação de resultados inferiores ao previsto no terceiro trimestre.
As demissões, que foram apresentadas pela direção da Volvo como "uma decisão para racionalizar o quadro de direção e serviços administrativos", afetam menos de 2% da equipe atual do grupo (95.400 empregados e 17.200 interinos e consultores).
A Volvo já tinha lançado, em setembro, um plano de reestruturação que representará uma economia de "cerca de 4 bilhões de coroas por ano (450 milhões de euros)".
O fabricante sueco de eletrodomésticos Electrolux, que emprega atualmente 60.200 pessoas no mundo, também anunciou a supressão de 2.000 postos de trabalho - mais de 3% de seu pessoal - depois de publicar resultados decepcionantes no terceiro trimestre.
A Electrolux disse que fechará uma fábrica em Orange (Austrália) de geladeiras, que emprega 500 pessoas e reduzirá seu quadro na Europa, após uma queda de 29% de seu lucro líquido, a 655 milhões de coroas (75 milhões de euros).
Os cortes afetarão principalmente os "grandes eletrodomésticos na Europa, Oriente Médio e África", disse a Electrolux, indicando que também serão realizados cortes no "pessoal da sede e em outros setores de atividade".
Além disso, a Electrolux pode anunciar outras supressões de postos de trabalho, já que o grupo estuda a viabilidade de suas quatro fábricas italianas.
O professor de Economia da Universidade de Lund, Klas Fregert, explicou a importância dos anúncios da Volvo e Electrolux. "São duas grandes empresas, então é sério. É um sinal de fragilidade da economia" sueca, disse o especialista.
Segundo ele, se decidiram despedir tanta gente é porque pensam que "há uma crise que vai durar um certo tempo".
Os dois grupos enfrentam as mesmas dificuldades: vendas concentradas na Europa, onde tendem a se estagnar e um volume de negócios que é difícil de aumentar devido à força da coroa sueca.
Ambas as empresas continuam registrando lucro, mas o lucro diminui e decepciona os analistas financeiros e acionistas, incitando a direção a reduzir o emprego.
"A rentabilidade resulta prejudicada pelo elevado nível de custos", disse o responsável da Volvo, Olof Persson, ao comentar os resultados do terceiro trimestre, que registrou queda de 1% do lucro líquido.
A Electrolux, cujo lucro líquido caiu 29% no terceiro trimestre, disse que quer "adaptar a estrutura de custos fixos à situação atual do mercado na Europa" e que "lançará um programa de redução de custos no quarto trimestre de 2013".