Paulo Silva Pinto
postado em 26/10/2013 10:51
Os preços abusivos das passagens aéreas e dos hotéis no país estão levando os brasileiros a viajarem como nunca para o exterior. E, segundo o Banco Central, a gastarem sem qualquer constrangimento. Apenas em setembro, eles deixaram US$ 2,2 bilhões nos passeios turísticos para fora do país, um recorde para o mês. Como os estrangeiros não se animam muito a visitar o Brasil, que consideram caríssimo, o volume de recursos trazidos por eles somou US$ 500 milhões. Ou seja, o deficit na conta viagem ficou em US$ 1,7 bilhão, buraco 31,8% maior que o registrado em setembro do ano passado. No acumulado dos nove primeiros meses, os gastos totalizaram
US$ 18,9 bilhões e o rombo chegou a US$ 13,9 bilhões, 23% a mais que em igual período de 2012.
Na avaliação do chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, as cotações do dólar deixaram de ser o principal parâmetro para a decisão dos brasileiros de viajar ou não ao exterior. Mesmo com a moeda norte-americana a R$ 2,50, por exemplo, fica mais barato ir aos Estados Unidos ou à Europa quando todas as despesas (bilhete aéreo, hospedagem e alimentação) são convertidas em reais. ;Os preços no Brasil estão fora da realidade. O pior é que os hotéis são de péssima qualidade, sobretudo no Rio de Janeiro, onde os abusos são constantes;, disse o técnico em informática Sérgio Lima, 35 anos, que acabou de voltar de férias de Miami.
A capital da Flórida, nos EUA, por sinal, já o principal destino dos turistas brasileiros. Dados do Departamento de Comércio norte-americano mostram que os viajantes oriundos do Brasil são 60% de todos os visitantes que aportam anualmente em Miami. Em Nova York, a segunda opção, de cada 13 turistas, um é brasileiro. Em média, ele fica sete dias na cidade. E, nesse período, gasta US$ 2,3 mil. Deles, 95% priorizam as compras.
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