Vera Batista
postado em 28/10/2013 08:21
Apesar de serem minoria no funcionalismo federal, as mulheres estão ocupando cada vez mais espaço no serviço público, o que não significa que o preconceito tenha desaparecido. O que mudou é que elas se importam cada vez menos com a discriminação e hoje não se furtam em contar os obstáculos que tiveram que superar para permanecer no trabalho e subir na carreira.Cinara Fredo, 38, diretora de atendimento do INSS, tem olhar doce e voz branda. ;Confundem delicadeza com falta de firmeza. Ou praticidade e objetividade com grosseria. Têm ideia de que mulher que manda é masculinizada. Mas, quando provo competência técnica, as desconfianças acabam.; Ela admite que teve alguns problemas. ;Ao chegar a uma reunião no Palácio do Planalto, a convite da ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais, pediram para abrir o vidro do veículo, para me identificar, coisa que não ocorre quando um homem no mesmo cargo chega em carro oficial. Até o motorista estranhou o comportamento. Não entendi como preconceito. É falta de hábito;, conta.
[SAIBAMAIS]Rita de Cássia de Oliveira, psicóloga, 47, e Leila Márcia, 45, advogada, da equipe técnica do Ministério da Cultura, estranharam muito o Distrito Federal quando chegaram, há 20 anos, de Goiânia e do Rio de Janeiro. ;É difícil identificar para valer discriminação no serviço público. As pessoas sabem que é crime. Mas nota-se algo no ar;, diz Leila. Para Rita, o que se percebe, em alguns casos, são pessoas de cargos mais altos olhando de lado para funções subalternas. ;Tudo muito discreto, às escondidas de forma dissimulada para não chamar a atenção. A gente pisa em ovos;, esclarece a psicóloga.
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