Rosana Hessel
postado em 31/10/2013 10:09
As contas do governo fecharam setembro no vermelho. O deficit no mês foi de R$ 10,5 bilhões, o pior resultado para meses de setembro da história. O resultado primário vinha caindo nos meses anteriores. Em agosto, o saldo foi positivo em apenas R$ 99,5 milhões. A receita total do governo central, que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, recuou 2,6% em setembro deste ano na comparação com mês anterior, para R$ 86,9 bilhões. Já as do Tesouro recuaram mais: 3,9%, para R$ 61,6 bilhões. Entre os impostos federais arrecadados pela União, a Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL) das empresas foi a que mais caiu: 6% na comparação com agosto de 2013.
;Mês ruim;
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, reconheceu que o mês de setembro foi ;muito ruim;. ;É usual dizer que setembro é um mês ruim, mas, neste mês, especificamente, houve várias especificidades;, afirmou. A primeira delas foi um repasse maior para as prefeituras. ;Fizemos uma despesa não recorrente, R$ 1,5 bilhão do auxílio financeiro para municípios. Essa é uma despesa não recorrente e que não ocorrerá mais nos meses subsequentes;, disse. A segunda foi o pagamento da contribuição ao sistema elétrico em função das secas, que foram mais R$ 2,050 bilhões. ;Esse valor não havia em setembro passado;, justificou.
[SAIBAMAIS]A terceira teria sido a diminuição de cinco para quatro meses as datas de pagamento de abono salarial, o que resultou em R$ 2,3 bilhões a mais dos R$ 8,9 bilhões pagos em setembro de 2012. ;Houve uma concentração de pagamentos (no mês passado). O número de meses que esta sendo pago é menor do que nos anos anteriores; afirmou.
Com esse resultado, o governo acumula R$ 27,9 bilhões de superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de janeiro a setembro, abaixo da meta de R$ 73 bilhões para o ano. Em 12 meses, o saldo chega a R$ 61,4 bilhões, ou seja, 1,3% Produto Interno Bruto (PIB). Para Augustin, o governo cumprirá a meta este ano. E, mais uma vez, usará o expediente de receitas extraordinárias, como concessões, dividendos de estatais e pagamentos das parcelas da renegociação do Refis das multis.