postado em 31/10/2013 11:58
O chamado setor público consolidado, que inclui governos federal, estadual, municipal e empresas estatais, registrou deficit de R$ 9 bilhões em setembro. O resultado é um dos piores para série histórica e abre um alerta para a equipe econômica: apesar de neste ano o governo já ter sinalizado que ia cumprir uma meta de apenas 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), até setembro, esse resultado acumulado em 12 meses é de apenas 1,58% do PIB. [SAIBAMAIS]O governo deve economizar esses recursos para pagar juros da dívida pública e sinalizar aos investidores estrangeiros que a situação fiscal do país é sustentável. Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI), já havia chamado a atenção para os baixos superavits primários acumulados pelo Brasil. Nas contas do organismo, o Brasil deveria adotar uma meta de primário de pelo menos 3% do PIB, número que parece irreal diante do esforço atingido hoje, de cerca de metade desse percentual.
O ministro da Fazendo, Guido Mantega, já sinalizou que poderá reduzir a meta do ano para apenas 2%, em função da ainda frágil retomada econômica. Esta subjugação, no entanto, gerou ainda mais preocupação no mercado, que passou a questionar a solidez das contas públicas após inúmeros truques contábeis realizados pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.
A dívida bruta do governo geral alcançou a casa dos R$ 2,747 trilhões em setembro, o que correspondeu a 58,8% do PIB, queda de 0,3 ponto percentual sobre agosto. Com essa marca, o Brasil continua sendo um dos países emergentes com maior endividamento bruto, conforme a metodologia adotada pelo FMI, que considera além dos passivos do estado também títulos públicos da dívida sob poder do Banco Central. Até dezembro de 2012, por essa metodologia, o endividamento bruto do Brasil alcançava 68% do PIB.