postado em 02/11/2013 08:05
A presidente Dilma Rousseff vai se reunir extraordinariamente nesta manhã, no Palácio da Alvorada, com 14 ministros, para tratar do assunto preferido de todo candidato à reeleição em cargos executivos: lançamentos e inaugurações de obras. Mas o encontro que deveria fomentar o otimismo vai ser marcado por tensão e duras cobranças. Após quase três anos de gestão caracterizados pela dificuldade em tocar seus grandes projetos de infraestrutura %u2014 com leilões frustrados, atrasos e revisões contratuais de última hora %u2014, a chefe do Executivo tenta destravar, pelo menos, aquilo que está à mão, como a segunda rodada de concessões de aeroportos e as licitações de duas rodovias este ano, de um pacote de oito.
O encontro poderá servir ainda para escancarar aspectos nebulosos sobre processos em curso na área logística, como as de portos e de ferrovias, além de apurar as perspectivas para outras empreitadas nas áreas sociais, de saúde, educação e transferência de renda, cuja avaliação anda melhor. Nos bastidores, profissionais ligados aos ministros informam que a presidente vai apertar mais o grupo da infraestrutura, além de aparar as arestas entre esses auxiliares e, com isso, conter os desentendimentos públicos que se tornaram frequentes nos últimos dias.
A apresentação de uma agenda positiva também vai servir para sanar uma eventual imagem de paralisia do governo, mostrada pelas projeções de baixo crescimento econômico e, sobretudo, pelo rombo nas contas federais, afetada pelos gastos de custeio. Na quinta-feira, o Banco Central (BC) informou que o setor público apresentou deficit primário de R$ 9 bilhões em setembro, o pior resultado apresentado no mês (veja mais na página 9). A pauta da reunião com os ministros foi definida no dia anterior, com os itens: metas de governo, balanço das ações dos ministérios e agenda de eventos em novembro e dezembro.