Rosana Hessel
postado em 02/11/2013 10:36
Antes da reunião extraordinária convocada na manhã deste sábado (2/11) para debater com ministros a retomada de projetos estratégicos do governo, a presidente Dilma Rousseff usou o Twitter para minimizar os impactos da convocação. ;Reunirei hoje um grupo de ministros para discutir cronogramas de entregas de obras federais pelo país. (...) Por isso, reuniões rotineiras como essa são importantes para coordenar os esforços dos ministérios;, amenizou Dilma na rede social. O encontro tem o caráter de rever os cronogramas de lançamentos e inauguração de obras, mas permeado de duras cobranças e críticas. Após quase três anos de gestão caracterizados pela dificuldade em tocar seus grandes projetos de infraestrutura ; com leilões frustrados, atrasos e revisões contratuais de última hora ;, a chefe do Executivo tenta destravar, pelo menos, aquilo que está à mão, como a segunda rodada de concessões de aeroportos e as licitações de duas rodovias este ano, de um pacote de oito. A última convocação geral desta ocorreu em junho, para debater as medidas em reação às manifestações que tomaram as ruas do país.
[SAIBAMAIS]Ao todo 11 ministros foram convocados. Estiveram no Alvorada o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello; a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti; o ministro dos Transportes, César Borges; a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci; o ministro da Educação, Aloizio Mercadante; o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; o ministro da Secretaria de Portos, Antônio Henrique da Silveira; o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro; a ministra do Planejamento, Miriam Belchior ; o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira. A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann e o marido, ministro das Comunicações Paulo Bernardo, chegaram juntos em carro particular, com ele ao volante.
Nos bastidores, profissionais ligados aos ministros informam que a presidente vai apertar mais o grupo da infraestrutura, além de aparar as arestas entre esses auxiliares e, com isso, conter os desentendimentos públicos que se tornaram frequentes nos últimos dias. A manobra é uma tentativa de apresentar uma agenda positiva, que também deverá servir para sanar eventual imagem de paralisia do governo, mostrada pelas projeções de baixo crescimento econômico e, sobretudo, pelo rombo nas contas federais, afetada pelos gastos de custeio.
Na quinta-feira, o Banco Central (BC) informou que o setor público apresentou deficit primário de R$ 9 bilhões em setembro, o pior resultado apresentado no mês. A pauta da reunião com os ministros foi definida no dia anterior, com os itens: metas de governo, balanço das ações dos ministérios e agenda de eventos em novembro e dezembro.