Economia

Investigação sobre manipulação do mercado de divisas atinge o HSBC

O escândalo se soma a outro muito estrondoso, a manipulação da taxa interbancária Libor, que influencia no custo dos empréstimos imobiliários

Agência France-Presse
postado em 04/11/2013 17:14
Londres - A investigação sobre um caso mundial de manipulação dos mercados de divisas alcançou o maior banco europeu, o britânico HSBC, informou a instituição nesta segunda-feira (4/11), no mesmo dia em que anunciou um aumento de seus lucros em quase 30%.

"A autoridade britânica de regulação financeira (FCA) está investigando junto com outras agências de diversos países várias empresas, entre elas o HSBC, em relação às trocas no mercado de divisas", informou em um comunicado o maior banco europeu.

"Estamos cooperando com as investigações, que se encontram em estágio preliminar", acrescentou o comunicado da entidade que, nesta segunda-feira, anunciou também um aumento de 28% de seu lucro líquido no terceiro trimestre, a 3,2 bilhões de dólares.

A autoridade britânica antecipou no começo do ano que estava investigando supostas manipulações de divisas, um gigantesco mercado que movimenta 5,3 trilhões de dólares por dia. Desde então, as investigações se estenderam à Suíça e aos Estados Unidos.

O escândalo se soma a outro muito estrondoso, a manipulação da taxa interbancária Libor, que influencia no custo dos empréstimos imobiliários, em que foram sancionados grandes bancos, começando pelo britânico Barclays.

Antes do HSBC, outros seis bancos disseram que estavam sob a mira das novas investigações: o Deutsche Bank, o suíço UBS, os norte-americanos Citigroup e JPMorgan Chase e os britânicos Barclays e Royal Bank of Scotland (RBS).



Segundo fontes próximas à investigação, o Barclays, muito atingido pelo escândalo do Libor, suspendeu seis operadores e o RBS, duas.

O RBS admitiu que a autoridade de regulação financeira britânica (FCA) entrou em contato com eles sobre este assunto e acrescentou que estava "revisando comunicações e registros" relacionados com as operações de troca de divisas e que estava cooperando.

"Neste momento, o grupo não pode avaliar com certeza que repercussões terá a investigação no grupo, se é que terá alguma", acrescentou.

O presidente do RBS, Ross McEwan, não quis comentar o caso, mas afirmou que o banco "será muito severo com quem for descoberto quebrando as regras".

O escândalo custou no momento mais de 3,5 bilhões de dólares em multas às instituições, assim como a acusação de vários operadores.

Apesar de ter sua sede em Londres, o HSBC (The Hong Kong and Shanghai Banking Corporation) foi fundado em Hong Kong e tem seu principal mercado na Ásia. Desde 2011, reduziu milhões de dólares em custos e demitiu milhares de pessoas como parte de uma grande reestruturação.

Nesta segunda-feira, o HSBC anunciou um aumento dos lucros no terceiro trimestre (3,2 bilhões de dólares), em comparação ao mesmo trimestre do ano passado (2,5 bilhões).

"Nossos mercados da Grã-Bretanha e Hong Kong responderam por mais da metade dos lucros antes dos impostos", disse o presidente do HSBC, Stuart Gulliver, em um comunicado.

"Hong Kong continua se beneficiando de seus laços estreitos com a China continental. Continuamos bem colocados para nos beneficiar da melhora das condições econômicas nesses mercados", acrescentou.

O HSBC disse que continuará se concentrando em reduzir seus custos após economizar 400 milhões de dólares no terceiro trimestre do ano, que elevam a 4,5 bilhões de dólares as economias resultantes dos cortes desde o começo de 2011. "É muito mais que o objetivo que nos tínhamos imposto para o final de 2013", explicou Gulliver.

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