Jornal Correio Braziliense

Economia

Cotas para negros em concursos públicos federais divide opiniões

Projeto que reserva 20% das vagas de concursos do Executivo para negros divide opiniões, inclusive entre os servidores



Criador do sistema de cotas na Universidade de Brasília (UnB), o professor José Jorge de Carvalho discorda e acredita que, além de bem-vinda, a notícia é uma consequência natural da luta pelos direitos dos negros. ;Assim que se formasse, a primeira geração do programa de cotas das universidades encontraria a mesma dificuldade no mercado de trabalho. Eles não conseguiriam transplantar a inclusão para o serviço público, porque continua havendo um contingente muito maior de concorrência branca;, explicou.

Segundo o professor, atualmente, a presença dos negros não chega a 1% entre os cargos mais importantes dos Três Poderes. Entre os 620 procuradores da república, por exemplo, apenas sete são negros. Entre os ministros, só uma, a titular da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros.

Para Marcelo Paixão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a decisão da presidente foi acertada, mas talvez seja necessário criar algum tipo de restrição, já que, diferentemente do vestibular, o concurso não tem uma nota mínima de corte. ;Talvez o Congresso estipule alguma exigência que elimine candidatos que não têm o mínimo de conhecimento necessário;, ressaltou. ;A questão das cotas pode gerar muita polêmica, mas tem um objetivo correto, que é o de aumentar a diversidade;, completou.

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