Agência France-Presse
postado em 08/11/2013 17:46
Paris - A agência de classificação Standard & Poor;s jogou um balde de água fria nesta sexta-feira (8/11) no governo francês, degradando em um grau a nota da dívida soberana a longo prazo do país, agora em "AA", devido à dificuldade para aumentar a arrecadação fiscal e ao desemprego.
A S justificou sua decisão de reduzir a nota da França de "AA%2b" a "AA", porque considera que o país reduziu sua margem de manobra e não pode continuar se reformando devido ao alto desemprego.
O presidente, o socialista François Hollande, que reuniu, nesta sexta-feira, no Palácio do Eliseu, as grandes instituições financeiras internacionais, afirmou que a França manterá seu programa em matéria econômica.
"Esta política, que repousa em reformas já começadas, que conseguiu, é a única que permite garantir a credibilidade" e "garantir a coesão nacional e social", disse, antes de lembrar que os mercados exigem da França um rendimento muito baixo por sua dívida.
O governo criticou esta decisão, que significou um duro golpe, pois, desde sua chegada ao poder, há pouco mais de um ano, fez do controle das finanças públicas uma das linhas diretrizes de sua política.
O primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault afirmou que a agência "não levou em conta todas as reformas" empreendidas pelo executivo francês, entre elas a das aposentadorias, que tramita no Parlamento.
O ministro de Economia, Pierre Moscovici, classificou de "julgamentos críticos e inexatos" os argumentos da agência de classificação.
O diretor do Banco da França, Christian Noyer, se somou às críticas, pois considera que a análise da S é "incompleta".
Segundo a análise da S, "a margem de manobra orçamentária da França é reduzida, apesar de, anteriormente, considerá-la alta em comparação com países" similares.
"Não vemos, para o futuro próximo, um plano de conjunto articulado que permita liberar o potencial de crescimento, indispensável para a redução do desemprego", explicou à AFP o economista chefe para a Europa da agência, Jean-Michel Six.
A S considera que o "nível atual de desemprego reduz o apoio popular das novas reformas estruturais e setoriais e afeta as perspectivas de crescimento a longo prazo".
A decisão da agência também deu margem para que a oposição atacasse o governo. "François Hollande deve assumir suas responsabilidades. Não pode permanecer inativo diante da grave acumulação de sinais de alerta na frente econômica", disse o presidente do principal partido da oposição, a UMP, Jean-François Copé, enquanto o ex-primeiro-ministro François Fillon pediu ao executivo para "assumir o fracasso da política econômica atual" e "mudar de política radicalmente".
A presidente do partido de extrema direita, Frente Nacional, Marine Le Pen, interpretou esta decisão como uma sanção a "política de ;eurosteridade;" do governo, pela pressão das "grandes finanças".
Sem efeito nos mercados financeiros
Os investidores "podem e vão continuar confiando na França", disse Moscovici, que prometeu que a economia crescerá no próximo ano pelo menos 0,9% ou 1%, comparado a 0,1% deste ano.
A decisão da agência de classificação não teve um grande efeito nos mercados financeiros. A Bolsa de Paris fechou com queda de 0,48% e o rendimento dos bônus da dívida a dez anos se situava em 2,225%, após subir levemente.
A nova nota atribuída à França é a terceira melhor possível. Sua perspectiva é estável, o que implica que a agência não deve reduzi-la de novo a curto prazo.
A S foi a primeira grande agência internacional a tirar da França a máxima classificação (AAA) em janeiro de 2012. Depois, foi seguida por suas duas grandes competidoras, a Moody;s e a Fitch Ratings.
A agência manteve, contudo, inalteradas as classificações dos grandes bancos do país, ao considerar que "o governo francês continuará apoiando estas entidades sistêmicas em caso de crise financeira".
A S justificou sua decisão de reduzir a nota da França de "AA%2b" a "AA", porque considera que o país reduziu sua margem de manobra e não pode continuar se reformando devido ao alto desemprego.
O presidente, o socialista François Hollande, que reuniu, nesta sexta-feira, no Palácio do Eliseu, as grandes instituições financeiras internacionais, afirmou que a França manterá seu programa em matéria econômica.
"Esta política, que repousa em reformas já começadas, que conseguiu, é a única que permite garantir a credibilidade" e "garantir a coesão nacional e social", disse, antes de lembrar que os mercados exigem da França um rendimento muito baixo por sua dívida.
O governo criticou esta decisão, que significou um duro golpe, pois, desde sua chegada ao poder, há pouco mais de um ano, fez do controle das finanças públicas uma das linhas diretrizes de sua política.
O primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault afirmou que a agência "não levou em conta todas as reformas" empreendidas pelo executivo francês, entre elas a das aposentadorias, que tramita no Parlamento.
O ministro de Economia, Pierre Moscovici, classificou de "julgamentos críticos e inexatos" os argumentos da agência de classificação.
O diretor do Banco da França, Christian Noyer, se somou às críticas, pois considera que a análise da S é "incompleta".
Segundo a análise da S, "a margem de manobra orçamentária da França é reduzida, apesar de, anteriormente, considerá-la alta em comparação com países" similares.
"Não vemos, para o futuro próximo, um plano de conjunto articulado que permita liberar o potencial de crescimento, indispensável para a redução do desemprego", explicou à AFP o economista chefe para a Europa da agência, Jean-Michel Six.
A S considera que o "nível atual de desemprego reduz o apoio popular das novas reformas estruturais e setoriais e afeta as perspectivas de crescimento a longo prazo".
A decisão da agência também deu margem para que a oposição atacasse o governo. "François Hollande deve assumir suas responsabilidades. Não pode permanecer inativo diante da grave acumulação de sinais de alerta na frente econômica", disse o presidente do principal partido da oposição, a UMP, Jean-François Copé, enquanto o ex-primeiro-ministro François Fillon pediu ao executivo para "assumir o fracasso da política econômica atual" e "mudar de política radicalmente".
A presidente do partido de extrema direita, Frente Nacional, Marine Le Pen, interpretou esta decisão como uma sanção a "política de ;eurosteridade;" do governo, pela pressão das "grandes finanças".
Sem efeito nos mercados financeiros
Os investidores "podem e vão continuar confiando na França", disse Moscovici, que prometeu que a economia crescerá no próximo ano pelo menos 0,9% ou 1%, comparado a 0,1% deste ano.
A decisão da agência de classificação não teve um grande efeito nos mercados financeiros. A Bolsa de Paris fechou com queda de 0,48% e o rendimento dos bônus da dívida a dez anos se situava em 2,225%, após subir levemente.
A nova nota atribuída à França é a terceira melhor possível. Sua perspectiva é estável, o que implica que a agência não deve reduzi-la de novo a curto prazo.
A S foi a primeira grande agência internacional a tirar da França a máxima classificação (AAA) em janeiro de 2012. Depois, foi seguida por suas duas grandes competidoras, a Moody;s e a Fitch Ratings.
A agência manteve, contudo, inalteradas as classificações dos grandes bancos do país, ao considerar que "o governo francês continuará apoiando estas entidades sistêmicas em caso de crise financeira".