Agência France-Presse
postado em 12/11/2013 13:46
Paris - O Brasil se converterá num dos maiores exportadores de petróleo e um dos principais produtores de energia do mundo, assegura a Agência Internacional da Energia (AIE) em um relatório divulgado nesta terça-feira (12/11). Para 2035, a produção petroleira do Brasil triplicará e alcançará seis milhões de barris diários (mbd), contribuindo com um terço do crescimento da produção líquida mundial, e transformando-se no sexto maior produtor de petróleo do mundo.[SAIBAMAIS]Da mesma forma, a produção de gás quintuplicará, o que permitirá cobrir até 2030 as necessidades do país, apesar do consumo crescer exponencialmente, assegura o relatório. No entanto, a AIE adverte que dadas as difíceis condições de extração de petróleo em águas profundas, o custo da produção será superior a de outras regiões como o Oriente Médio e a Rússia.
Parte dos investimentos necessários procederão da Petrobras, o que colocará à prova a capacidade da companhia estatal de dedicar suficientes recursos em um enorme e variado programa de investimentos. A isso se soma o compromisso de que os bens e serviços sejam locais, o que não fará mais que pressionar uma cadeia de fornecimento já por si limitada.
Investimentos necessários
O Brasil necessitará investir cerca de 90 bilhões de dólares anuais para poder garantir o consumo energético do país, segundo a AIE. As abundantes e diversas fontes energéticas cobrirão 80% do aumento de consumo energético do país, incluindo o acesso universal à eletricidade. No caso da geração elétrica, a AIE recomenda o sistema de leilões para proporcionar novo capital ao setor energético e evitar pressionar o preço final pago pelo consumidor.
"O desenvolvimento de um mercado de gás eficaz, atraente para novos atores, pode ajudar a fomentar os investimentos e melhorar a competitividade da indústria brasileira", afirma o relatório. O Brasil, um dos líderes mundiais das energias renováveis, também espera praticamente duplicar até 2035 a produção de energias limpas, mantendo sua participação de 43% do total da matriz energética. A energia hidráulica, que é a principal fonte energética do Brasil, apesar de tender a declinar, se soma ao peso preponderante que estão adquirindo outras fontes, como a eólica, o gás natural e a bioenergia.
O Brasil é o segundo produtor mundial de biocombustíveis e sua produção, principalmente à base de etanol produzido da cana de açúcar, triplicou. As áreas de cultivo são mais que suficientes para acomodar este aumento da produção sem atingir áreas de meio ambiente sensíveis. Até 2035, os biocombustíveis cobrirão quase um terço da demanda interna do transporte por rodovia e as exportações implicarão 40% do comércio mundial desse tipo de combustível de origem vegetal, assegura o documento.