Economia

Candidata de Obama para o Fed defende manutenção de estímulos econômicos

Yellen, de 67 anos, vice-presidente do Fed há três anos, deve ser confirmada pela comissão bancária do Senado e depois por todos os senadores para suceder Ben Bernanke, no dia 31 de janeiro de 2014

Agência France-Presse
postado em 14/11/2013 19:22
Janet Yellen, candidata para dirigir o Federal Reserve
Janet Yellen, candidata do presidente Barack Obama à presidência do Federal Reserve, se mostrou mais preocupada com o emprego do que com a inflação durante uma audiência de confirmação nesta quinta-feira (14/11) no Congresso, e se disse partidária de sustentar o estímulo à recuperação.

Yellen, de 67 anos, vice-presidente do Fed há três anos, deve ser confirmada pela comissão bancária do Senado e depois por todos os senadores para suceder Ben Bernanke, no dia 31 de janeiro de 2014.

Em um estilo direto e espontâneo, longe do tom mais discreto de Bernanke, esta mulher que será a primeira a dirigir o Fed, se for confirmada para o posto, defendeu a continuidade da política monetária ultraflexível, enquanto a recuperação econômica continuar frágil.

"É preciso continuar promovendo uma recuperação econômica robusta", afirmou.

O Fed espera melhores resultados econômicos, especialmente na frente do emprego para começar a reduzir suas injeções de liquidez à economia de 85 bilhões de dólares mensais em compras de títulos do Tesouro e títulos hipotecários, que permitem manter as taxas baixas.

"Seria caro deter a flexibilização monetária muito em breve", acrescentou.

Ao mesmo tempo, Yellen insistiu que o objetivo da Fed é alcançar e manter uma inflação de 2%.

Yellen não deu indicações sobre um calendário de redução das compras de ativos, dando a entender que tudo dependerá dos dados econômicos.

"Nossa política busca beneficiar a todos os norte-americanos, especialmente aqueles que não têm emprego", acrescentou, dizendo que a taxa de desemprego, de 7,3% em outubro, está abaixo de 10% porque foi levado em conta os "que trabalham involuntariamente a meio período" e não se considera quem "abandonou a busca por emprego".



Sem bolha financeira

"Buscamos que a economia volte ao pleno emprego. Fizemos avanços, mas ainda não conseguimos", acrescentou Yellen, recordando que a taxa de desemprego estava acima de 8% de o Fed iniciar um novo ciclo de flexibilização há um ano.

Ela reconheceu que a política de dinheiro fácil favorece o aumento de preços das ações em Wall Street, mas negou que exista uma bolha financeira.

"Os preços das ações aumentaram fortemente, mas acredito que se você tomar as medidas tradicionais de avaliação (...), não consideraria que os preços das ações estão em um território que sugira as condições de uma bolha financeira", declarou Yellen à comissão bancária do Senado.

As políticas que pressionam as taxas de juros para baixo "provavelmente impulsionaram o mercado de ações em certa medida (...), mas também desempenharam um papel importante ajudando o setor imobiliário e o aumento dos preços das casas".

Em relação ao setor bancário, Yellen disse que evitar oferecer ajuda pública aos gigantes bancários em quebra foi "um dos objetivos mais importantes da época posterior à crise".

"O conceito de ser muito importante para quebrar provoca danos. Isso cria um risco moral e corrói a disciplina dos mercados", acrescentou.

Yellen também defendeu menores cortes orçamentários a curto prazo, apesar do objetivo a médio prazo ser reduzir os gastos.

"Uma política fiscal que não seja um freio para a economia tornaria a vida mais fácil", disse aos legisladores, que com seus cortes de gasto obrigatórios tornaram "a tarefa (do Fed) mais difícil".

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