Agência France-Presse
postado em 15/11/2013 09:08
Colombo - O presidente do Sri Lanka pediu nesta sexta-feira (15/11) à Commonwealth (Comunidade de Nações) que não julgue seu país, na abertura em Colombo de uma reunião da organização, ofuscada pela visita do primeiro-ministro britânico, David Cameron, ao norte tâmil devastado pela guerra.
A reunião deveria ser a oportunidade para o Sri Lanka exibir o progresso econômico da ilha desde "a aniquilação" da rebelião tâmil em 2009. O país tem taxa de crescimento anual de 8,2% e mais de um milhão de turistas visitaram a ilha ano passado, um recorde.
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Mas ao rejeitar qualquer investigação internacional sobre o fim do conflito em 2009, a operação de relações públicas dos governantes do Sri Lanka está virando um desastre.
O presidente do país, Mahinda Rajapakse, tentou responder as acusações e afirmou que a Commonwealth não deveria transformar-se em uma organização que julga seus membros. "Se a Commonwealth quer permanecer útil para seus membros, deve responder às necessidades dos povos e não transformar-se em uma organização que pune ou que julga aqueles que a compõem", disse em um discurso, pouco antes da abertura oficial do evento, que ficou a cargo do príncipe Charles da Inglaterra. Também advertiu contra a tentativa de um país impor "uma agenda bilateral dentro da organização".
O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, foi o primeiro a boicotar a reunião de cúpula, por considerar "inaceitável a falta de ação ante graves violações dos direitos humanos".
Ele foi seguido pelo colega das Ilhas Maurício e pelo primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, que decidiu igualmente não participar na reunião, preferindo aparentemente colocar em risco as relações com o vizinho, ao invés de ofender os eleitores tâmeis antes das legislativas de 2014.
O governo cingalês acabou em 2009 com a ameaça separatista da minoria tâmil do norte do país. Segundo a ONU, pelo menos 10.000 civis morreram na ofensiva militar final, que deu fim à rebelião. ONGs afirmam que o exército teria matado 40.000 civis, essencialmente tâmeis, ao fim do conflito.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, viajou nesta sexta-feira à região de Jaffna, norte do Sri Lanka, antiga zona de guerra dominada pelos tâmeis e devastada pelos combates finais do conflito.
O chefe de Governo britânico desembarcou na base aérea de Palaly, a 20 km da cidade de Jaffna. Ele viajou em um avião militar cingalês. "Sou o primeiro presidente ou primeiro-ministro a visitar o norte do Sri Lanka desde 1948. Quero lançar alguma luz nos aterrorizantes acontecimentos", escreveu no Twitter.
Camaron é efetivamente o primeiro dirigente político estrangeiro a visitar a região. O Sri Lanka é uma ex-colônia britânica, chamada Ceilão, que conquistou a independência em 1948.
Antes da guerra, a economia da região de Jaffna era próspera. Atualmente, o local é cenário de edifícios em ruínas e terrenos abandonados e 30.000 pessoas ainda moram em campos de refugiados.
Durante a semana, Cameron afirmou que teria "conversas duras" com Rajapakse.
Ele defendeu a decisão de participar na reunião de cúpula, comprometendo-se com a comunidade tâmil a pedir a Colombo uma investigação sobre as acusações de crimes de guerra.
A reunião deveria ser a oportunidade para o Sri Lanka exibir o progresso econômico da ilha desde "a aniquilação" da rebelião tâmil em 2009. O país tem taxa de crescimento anual de 8,2% e mais de um milhão de turistas visitaram a ilha ano passado, um recorde.
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Mas ao rejeitar qualquer investigação internacional sobre o fim do conflito em 2009, a operação de relações públicas dos governantes do Sri Lanka está virando um desastre.
O presidente do país, Mahinda Rajapakse, tentou responder as acusações e afirmou que a Commonwealth não deveria transformar-se em uma organização que julga seus membros. "Se a Commonwealth quer permanecer útil para seus membros, deve responder às necessidades dos povos e não transformar-se em uma organização que pune ou que julga aqueles que a compõem", disse em um discurso, pouco antes da abertura oficial do evento, que ficou a cargo do príncipe Charles da Inglaterra. Também advertiu contra a tentativa de um país impor "uma agenda bilateral dentro da organização".
O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, foi o primeiro a boicotar a reunião de cúpula, por considerar "inaceitável a falta de ação ante graves violações dos direitos humanos".
Ele foi seguido pelo colega das Ilhas Maurício e pelo primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, que decidiu igualmente não participar na reunião, preferindo aparentemente colocar em risco as relações com o vizinho, ao invés de ofender os eleitores tâmeis antes das legislativas de 2014.
O governo cingalês acabou em 2009 com a ameaça separatista da minoria tâmil do norte do país. Segundo a ONU, pelo menos 10.000 civis morreram na ofensiva militar final, que deu fim à rebelião. ONGs afirmam que o exército teria matado 40.000 civis, essencialmente tâmeis, ao fim do conflito.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, viajou nesta sexta-feira à região de Jaffna, norte do Sri Lanka, antiga zona de guerra dominada pelos tâmeis e devastada pelos combates finais do conflito.
O chefe de Governo britânico desembarcou na base aérea de Palaly, a 20 km da cidade de Jaffna. Ele viajou em um avião militar cingalês. "Sou o primeiro presidente ou primeiro-ministro a visitar o norte do Sri Lanka desde 1948. Quero lançar alguma luz nos aterrorizantes acontecimentos", escreveu no Twitter.
Camaron é efetivamente o primeiro dirigente político estrangeiro a visitar a região. O Sri Lanka é uma ex-colônia britânica, chamada Ceilão, que conquistou a independência em 1948.
Antes da guerra, a economia da região de Jaffna era próspera. Atualmente, o local é cenário de edifícios em ruínas e terrenos abandonados e 30.000 pessoas ainda moram em campos de refugiados.
Durante a semana, Cameron afirmou que teria "conversas duras" com Rajapakse.
Ele defendeu a decisão de participar na reunião de cúpula, comprometendo-se com a comunidade tâmil a pedir a Colombo uma investigação sobre as acusações de crimes de guerra.