Economia

Clientes preferem solucionar problemas com prestadoras do que na Justiça

Pesquisa mostrou que 63% dos entrevistados preferem recorrer diretamente com as empresas em vez de procurarem as entidades de defesa

postado em 20/11/2013 06:05
Os brasileiros estão cada vez mais descrentes em recorrer à Justiça e aos Procons para exercerem os direitos de consumidores. Divulgada ontem, uma pesquisa do Ministério da Justiça (MJ) e da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que 63% dos entrevistados preferem buscar soluções para os seus problemas diretamente com as empresas ou prestadoras de serviços em vez de procurarem as entidades de defesa, que, argumentam eles, demoram demasiadamente a dar um desfecho ; apenas 15% vão ao Procon e 3% aos Tribunais de Pequenas Causas. O levantamento ouviu 1.294 entrevistados, entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013.

Ainda de acordo com o estudo, praticamente uma a cada três pessoas disse que os seus direitos de consumidora foram desrespeitados no ano anterior. Dos que enfrentaram dores de cabeça, a maioria (47%) apontou o segmento de telecomunicações como o maior vilão. Em seguida, vieram o de eletrodomésticos e eletrônicos (15%) e o de serviços financeiros (10%). Dos consumidores que tiveram problemas, 88% tentaram solucioná-los diretamente com a empresa. Mas em 51% dos casos não conseguiram resolvê-los.



O analista de monitoramento de uma empresa de informática Gabriel Jaques Pereira, 24 anos, já sentiu essa dificuldade na pele. Sem autorização dele, a operadora de celular alterou o plano, passando-o de um de controle de R$ 35 mensais para outro, sem restrições de valor. O cliente preferiu buscar uma solução na própria companhia. ;Procurei-a e pedi que a fatura voltasse ao que eu havia contratado, mas, infelizmente, não foi o que aconteceu;, lamentou.

Após isso, Gabriel chegou a acionar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que notificou a empresa. ;A operadora, então, parou de encaminhar os boletos de pagamento à minha casa. Alguns meses depois, porém, descobri que havia uma fatura em aberto no valor de R$ 248. A conta acabou bloqueada e o meu nome foi parar no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).; Com tanta dor de cabeça, Gabriel cogita pagar o valor para regularizar a sua situação. Descrente, ele conta que não pretende recorrer à Justiça, porque ;sei que vai demorar;.

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