Jornal Correio Braziliense

Economia

Aumenta número de pessoas que gastam mais de um terço da renda com aluguel

Proporção de pessoas que gastam acima de um terço da renda com a locação de imóveis cresce 36,7%. No DF, isso acontece em 7% dos lares

Os brasileiros têm gastado mais com aluguel. Dados divulgados ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indicam que, em 2012, o custo de locação de 2,29 milhões de domicílios no país correspondeu a mais de 30% da renda familiar, o que representa um aumento de 30,58% na comparação com 2007, quando esse gasto atingia locatários de 1,75 milhão de casas. No Distrito Federal, o valor da locação ultrapassa esse limite em 61,8 mil lares ; alta de 36,7%. Proporcionalmente, na capital federal, é onde mais se paga o chamado ônus excessivo com aluguel: 7,28% das residências locadas.

No Brasil, o gasto de mais de 30% da renda com aluguel no ano passado foi apurado em 3,73% de 62,99 milhões de domicílios. Seis anos atrás, essa proporção era de 3,14%. O técnico em planejamento do Ipea Cleandro Krause, um dos responsáveis pelo estudo, avalia que a elevação da despesa com locação está atrelada à valorização imobiliária. ;Esse movimento é uma tendência geral no país. Está ligado ao preço das unidades habitacionais;, disse.

Apesar dessa variação, entre 2007 e 2012, houve queda do indicador do deficit habitacional, que passou de 5,59 milhões de domicílios para 5,24 milhões. Para calculá-lo, o instituto analisa os locais incapazes de atender dignamente os moradores ; em razão da precariedade ou do desgaste provocado ao longo do tempo ;, que tenham aluguel excessivo ou que sejam compartilhados sem o consentimento dos inquilinos.

Para o vice-presidente da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI), Pedro Fernandes, ao mesmo tempo em que o deficit habitacional é grande no país, o indicador mostra que ainda há necessidade de construção de lares. Ele ressaltou que o número de domicílios em situação precária aponta que uma quantidade ainda maior de unidades precisa ser substituída. ;O governo deverá incentivar o mercado, porque só atendemos uma pequena parte da população que necessita de moradia;, defendeu.

No Distrito Federal, ao contrário do que é observado nacionalmente, o deficit aumentou. Em 2007, eram necessários 96,2 mil novos domicílios para acabar com o problema. Em 2012, esse número saltou para 116 mil. É a maior proporção da falta de residências em boas condições entre as regiões metropolitanas pesquisadas: corresponde a 13,6% de um total de 852 mil unidades.

A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique .