Economia

"Não vamos fazer o superavit primário cheio", afirma Guido Mantega

De acordo com o ministro, estados e municípios deverão economizar algo em torno de R$ 23 bilhões a R$ 26 bilhões neste ano

Rosana Hessel
postado em 26/11/2013 14:47
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a afirmar que o bom resultado das contas públicas vai depender dos estados e municípios. Ele se comprometeu em entregar um superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) do governo central de R$ 73 bilhões, ou seja, 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo da meta reduzida de 2,3%, ou R$ 111 bilhões. "Certamente não vamos fazer um primário cheio", disse ele.

Segundo Mantega, as desonerações contribuíram para que o resultado fiscal deste ano fosse menor
De acordo com Mantega, estados e municípios deverão economizar algo em torno de R$ 23 bilhões a R$ 26 bilhões neste ano. "O governo federal se compromete a fazer R$ 73 bilhões de superavit do governo central. Esse é o nosso compromisso e estamos perseguindo esta meta. Se os estados e municípios fizerem mais do que os R$ 18,5 bilhões já feitos, poderemos ter um resultado fiscal satisfatório no final do ano", afirmou. "Estamos liberando menos recursos para eles e, portanto, eles têm menos condição de gastar. E vários fizeram ajustamentos fiscais e Refis e deverão ter uma arrecadação melhor", completou.



[SAIBAMAIS]Segundo Mantega, as desonerações contribuíram para que o resultado fiscal deste ano fosse menor. Até setembro, segundo ele, somaram cerca de R$ 60 bilhões. "Se eu considerasse esse valor no primário, nós faríamos o primário cheio. Em compensação, não estaríamos dando os estímulos que o setor produtivo necessita para recuperar o seu crescimento;, afirmou. ;A arrecadação está se recuperando. E portanto, no próximo ano, será mais viável fazemos um resultado primário melhor do que este ano;, destacou.

Além das desonerações, outro item que pesou na conta foram os gastos com incentivos para a seca no Nordeste e com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) devem somar R$ 15 bilhões este ano. "Espero que a gente não tenha no ano que vem com um regime melhor de chuvas. Estamos revisando gastos como por exemplo seguro desemprego e abono de modo a controlar o aumento desses gastos que subiram muito este ano", afirmou. "Para o próximo ano, teremos uma situação mais favorável porque a arrecadação já está voltando. Quando fizemos as desonerações, elas reduzem a arrecadação, e essa é uma das principais razões de que nós temos um resultado menor", destacou.

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